sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Amor?




Quantas linguas tem esse tal de  amor?
Quem falará melhor sobre este amor?
Quem anda a procura pela rua escura?
Quem se atordoa por não encontrá-lo?
Será que chega junto, quando finda a tarde?
Ou pode chegar a qualquer momento?
Pode ser verdade ou será invento?
Será que ele acaba? Quem será o primeiro?
Ele te seduz?será que se repõe? quem é que conduz?

Tantos já falaram mesmo em silêncio
e até mesmo calaram em meio há tantos gritos.
Fico aqui pensado deitado na rede
por que tanto se fala neste tal de amor.
É tanta pergunta sobre este assunto
que voce se perde em todo vão momento.

Será que o amor fica? 
Será que voce perde?
Voce se aprisiona? Ou por fim , Libertas?
Será que voce chora por qualquer motivo?

Ou será que é festa? Será final de feira?
Voce faz besteira ou diz qualquer bobagen?
Será que tem imagem? 
Será uma cruz pra se carregar pelo resto da vida?
Causa uma ferida, ou será tua cura?
Por favor responde , diz ai, Jesus!

No meio disso tudo, fico a pensar que esse amor pode ser a luz!

Perdemos a noção e ficamos sem rumo
Que amor é esse , disse-me o poeta: é uma maldição!
Eu procurei tanto pelo meio do mundo
e sei que no final virou  uma cançao.


Mocha
natal de 2015

sábado, 19 de dezembro de 2015

CAPIVARA



Escreve teu machado em minha sofrida carne
põe  teu sangue e teu suor em minha  própria lingua
Já me fere  tanto e sou ferido em tua santa lâmina
essa  tua saliva  que escorre em todo nosso  corpo.

Sou a  tua terra, sou a tua vila , sou do rio  Mocha
escravos deste estado  quase indiferente
que não mata a nossa própria sede, 
a nossa arte e  a nossa luta.
Não escuta a voz que ecoa por este imenso deserto.

Seremos um dia o futuro de um país , que não conhece
o seu principio, a sua história  e a  sua conduta.
Quisera eu que o Guidon da bicicleta da nossa pré história
levasse junto pra todo canto deste imenso mundo, 
pelos caminhos,  os  pequenos traços de  nossa memória.


Mocha
dezembro de 2015

DEDOS



Quem aponta o dedo para  quem apronta?
Quem bota o dedo na cara do outro?
Quem tem medo de tantos dedos?
Tantos degredos? Tanta gente inunda
enfia o dedo no meio da bunda e já não temos mais nenhum  segredo.

Vivemos agora cheio de dedos
cheios de tanto  medo
pois são tantos dedos , em meio há tantos dados
há muito perdemos a regra do jogo
só não entendemos como chegamos  a este velho quadro?

Tinhamos o homem que não tinha um dedo
todos achavam que era o jogo certo
nada mudou e o jogo virou 
e as mãos se perderam
agora voltam os dedos passados
dados viciados em cima das mesas

Todos macaquinhos deste velho circo
enfiando dedos  , todos  uns nos outros
dedos no  papel , dedos de coronel
mas não havia dedos,  com os pés no chão

Já não temos mais os dedos de Deus
Ele foi usado, ele foi trocado em falsas e vãs palavras
eles até hoje  matam em seu próprio nome.
Não o cutuquem usando varas curtas, velhos fariseus de um novo mundo.

Quem é que vai levantar neste mundo louco
o seu próprio dedo pra salvar o outro?

Mocha.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

MEU VIZINHO É UM CAVALO


para Dora Parentes





Meu vizinho é um cavalo, 
ele vive depois da cerca do lado esquerdo.
Ele é todo vestido de Branco e me acompanha  desde a manhã
até quando o sol se põe.

Hoje ele me olhou muito cedo
enquanto eu alimentava meus cachorros, 
quando de repente eu caminhei pelo meu lado da cerca e ele me seguia pelo lado dele como se nos adestrássemos  um ao outro.
Seríamos um espelho, como convém a dois poetas.

Os cachorros riam de nós dois
como se entendessem a nossa tentativa de iniciar uma conversa.

Meu vizinho é um cavalo  e eu  admiro a sua elegância no silêncio. Ele fica lá em sua rotina  e não liga pra ninguém, cavalga quando está feliz e anda de cabeça baixa, esmorecido pelo calor quando finda o dia.

Ah, se todos os vizinhos fossem como aquele cavalo!



Mocha
manha de dezembro.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Calor sem sede.



Eu fico pensando , era um rio doce
que vinha de minas e corria pro mar.
No calor da tarde quero um copo dágua
uma imagem plena de cidade pequena ,
 mas não existe bela que resista a esse meu querer.
Vejo tudo parado e sinto somente  que o tempo pára 
durante esta imagem de uma  falsa estação.

Não existe pecado pra quem mora ao lado
e na tarde que espero seja pouco fresca, 
esse fogo tão louco , que só nos resta  encerar a siesta.
Uma brisa tão brasa que afeta o nosso juízo, e nada fazer
seja talvez o maior de todos os castigos.

Não há sessão de cinema 
talvez um picolé ou pote de qualquer sorvete
na ilusão de afugentar esse vento tão quente.

Sem oriente em nosso ocidente
tropeçar nos trópicos sem nem mesmo levantar da rede.
só mesmo a água de uma mar de lama que nos oferecem pra matar a sede.

Mocha
belo poema  da tarde quente.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Não Adianta.




Ficas horas no espelho de tua alma
sem que nada , nem o claro se revele
Brincas com todos e com todas e em nenhum momento
se permite entrar em  jogo sério.

Fazes o que queres pois não tens nenhum desejo
perde-se sempre em labirintos que provocas
e mesmo se enreda em mentirosas e cruas  histórias.

Esse riso fácil que escancaras em coloridos flashs
nada revelas pois tudo e muito  tens a te perder
Pensa sempre que o jogo está ganho pro teu lado
Que lado é esse que te guarda a tua sombra?

Corra pra luz e escolha um bom caminho
onde uma boa mão há de segurar então a tua.
Se mostra tanto que abusou de tuas curvas
quando o melhor é poder ver-te  a alma nua.

Mocha
manha de novembro
sitio santa rosa.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

FURTA COR




Quem se importa com a cor do outro
ele pode ser de qualquer matiz.
Onde imaginamos a ausência
ali existe a mesma essência , a mesma raiz.

Somos feitos a nossa imagem e semelhança.
Não somos aparentes, somos da mesma parecença
frutos da mesma ciência.
Somos filhos da mãe natureza 
e o nosso pai é o senhor de todas as coisas.

Somos o espelho do mundo 
e nos refletimos em cada ser
Então, que reflexo voce é?
Sua arrogância e prepotência de nada valem
pois a terra que te cabe é a mesma que cabe a todos nós.

O mundo gira e voce fica parado em seu enredo 
cheio de medo e preconceito.
Seja uma tela e se revele
pinte  sua vida de todas as cores
cores alegres e cores tristes

só não permita que se passe em branco.


Mocha
pça do Liceu, manha de sol em pleno novembro

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Nunca mais postei nada,  desde junho de 2015 que estou sem notbook e confesso que não tava tendo saco de entrar numa lan house  e ficar horas em um terminal sendo observado pelos colegas de cabine ao lado. Mas hoje pela manha enquanto vinha pela estrada da cacimba velha em direção a Teresina fiquei pensando em amor e geografia....e deu nisso



Caminhos do teu corpo

Na quarta curva de teu corpo
encontrei o meu caminho
Percebi que em teu relevo eu me elevo
e levito entre teus montes pra alcançar o nosso cume.

Entre cavalgar e ser tão manso
nós ficamos em nosso Rio
Quando bebo em tua fonte
alimento o nosso ninho.

Na despedida da manhã
nos perdemos novamente
até que chegue o teu retorno
pois tua marca é para sempre.

Nosso novelo que espalhamos pela estrada
eles se cruzam e permanecem em pergaminho.


Mocha
manha de novembro no sitio da cacimba velha.

terça-feira, 16 de junho de 2015

Denise, como assim?

                




                Já faz tanto tempo que não te vejo, e voce nunca deixou de ser importante pra mim e ontem a tarde soube de sua partida tão inesperada, tão abrupta e fiquei em silêncio no sofá da escola, as coisas continuavam acontecendo ali ao meu lado e eu fiquei parado, pensando, lágrimas corriam silenciosamente dos meus olhos e tudo continuava girando ali e girava cada vez mais veloz e eu parado ali e veio todas as lembranças possiveis de tudo que passamos juntos, veio a memória a loteria de seu pai que ficava ao lado do teatro 4 de setembro, quando nos conhecemos e de nossas conversas, nossos encontros no Nós e Elis, do pau de xexéu que ficava do lado, do banco da praça onde tantas vezes varamos a madrugada enquanto nosso bar esperança fechava suas portas....tanta coisa , tantas risadas....e agora nunca mais seu riso solto, sua alegria, seu abraço, suas cobrices, sua diversão, suas histórias....e que histórias..Quem seria capaz de usar  a certidão de nascimento como papel higiênico por ser naquele momento o unico papel disponivel?, Quem seria capaz de ser presa no meio da festa e voltar meia hora depois na mesma viatura que havia te levado por engano? Quem irá fazer nossa alegrias com histórias tão bobas, mas tão gigantes, tão divertidas....então como assim que voce se foi? Como Assim?...e agora foi para sempre, desde que voce deixou Teresina e se mandou pra João Pessoa....já faz tanto tempo, e quando nos encontramos anos depois ai na Paraíba, parecia que o tempo não tinha passado e ainda bem que pude estar perto de voce e te abraçar...foi tão divertido, tão emocionante...ainda guardo aquele postal que voce me enviou e eu guardei na minha velha caixa de proteger memórias...e de vez em quando eu pego e vejo , e rio sozinho.
Mas sua morte me deu um susto, embora saiba que tudo tem um fim e nunca nos preparamos pra quando chega  a nossa derradeira hora, nunca temos tempo pro tempo do outro que se acaba, temos o nosso próprio tempo, o tempo de não deixar que laços tão fortes e ao mesmo tempo tão fragéis se quebrem, por que por mais que não estejamos perto, não nos vermos todos os dias...tem pessoas que ficam pra vida toda, não importa quanto tempo elas tenham ficado perto de nós, importa sim o que fizemos juntos, e juntos sorrimos e choramos, nos divertimos, bebemos, conversamos as vezes seriamente, as vezes era só conversa jogada fora mesmo , só pelo prazer de estarmos juntos mesmo no silencio....vou sentir falta de seu riso, marca registrada que antecipava seu bordão " Como Assim?"....agora entendo que voce era muito grande para Teresina, a cidade já não te cabia e voce voou em busca de ser melhor do que já era....Vou sentir agora mais saudades , mas também vou ficar feliz por que voce encheu nossas noites de alegria e todas as lembranças suas são extremamente positivas pois sei que com voce não tinha tempo ruim, sua alegria era um assombro e como todo assombro voce foi passageiro. Ainda bem que voce existiu e existará pra sempre em nossas memórias e em nossos corações...Valeu Denise! e voce de onde estiver irá perguntar :"- Como Assim?"    

Mocha.
tarde dequente de segunda em Teresina.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Meninas de Castelo




No castelo do sertão já não existe infância
os lobos peregrinam livremente e a vovozinha, 
aquela velha senhora idosa ainda manda no curral.

As meninas foram brincar de Cinderela no alto do castelo
 as pequenas cidadãs viraram brinquedos nas mãos dos cães, 
mandíbulas agourentas que lhe sugaram o sangue virgem.

Quem lhes chora agora em pleno despenhadeiro?
Quantas mais serão jogadas pela estrada a fora?
Quantos lhes defloram a infancia?
Quem manda no castelo e nos palácios?

Os sinos não dobram pelas meninas.
Sininhos nas mãos dos serviçãis que nos roubam 
com  a luva branca , verde e amarela da impunidade.

Nesse país onde só existe saudade.....
das meninas que se foram!
do futuro em que sangramos!
do enterro de um passado que resiste!
de nossa sina tão triste....

Noticias que embalam nosso dia a dia 
essa jornada da infância , tantas jornadas bruscamente interrompidas.
Onde nada faz sentido, onde se perde a noção
do que é errado, do que é certo....
O que será de nossas vidas?


Mocha
domingo de junho em uma ponta do castelo.


quarta-feira, 22 de abril de 2015

Minúsculo Poema







Quisera eu fazer um pequeno poema
que dissesse tudo como se principia toda essa manhã.
Um poema curto que não tivesse custo
mas que tivesse a duração de um suspiro longo, 
qual cantiga antiga de um só refrão.
Um poema paixão como letrinhas de toda brincadeira, 
como criança que gira em volta da mesa, 
que pula em cima da cama, pinta a parede da casa
roda que nem um pião, que brinca comigo ,
me faz de papelão. 
Derruba as coisas pelo meio da casa e me faz rir e chorar por qualquer besteira, essa coisa  tamanha chamada emoção.
Quando chega o momento de se dizer o poema
a minha palavra cala, pois quem fala agora é o coração, 
esse minúsculo músculo
que  palpita em cores
esse impulso que embala meu peito
que faz bater mais forte com os pés no chão e 
levita minha alma.
Quando se abre a porta da casa
 e  entrasse o sol, esse raio de luz que faz
brilhar  meus olhos.
Essa pequena coisa que faz reviver tanta coisa  velha,  
essa tal criatura que é uma  criança e  que me deu este poema
e esse meu poema agora, virou uma canção!


Mocha
pros filhos do meu coração.
Sitio santa Rosa, manha de chuva quando as crianças foram embora.

quinta-feira, 12 de março de 2015

Comer





A palavra alimenta minha boca
quando de outra boca me vem o silêncio.
Essa boca que me cala mansamente
e  invade  a alma.
Sua Lingua e sua mão em minha carne
então sou tua mãe e tua pátria.
Comunicação imediata, 
esses signos que nos guiam em pleno breu.
Quando o verbo se fez carne
em cada canto desta casa
nem tão santa, nem profana
tua axila , é meu teto, e eu a  tua  morada.
Nós moramos um no outro em plena rua
e depois namoramos pelo escuro da cidade
Essa clareza que alumia esta província
e querem  vê a nossa mesa então vazia.


Mocha
Teresina , manha de março

terça-feira, 10 de março de 2015

Calma Inquietação


Por não ser alegre, por não ser triste
e talvez por não ser poeta.
Trago em mim os riscos, e gosto dos incertos, 
ando em becos e ruas vadias,
já bebi em copos descartáveis,
e me entreguei ao desconhecido.
Mergulho dentro de mim
e me espalho em olhos da madrugada.
Se hoje eu gosto do sol
quantas noites escuras já compartilhei.
Hoje me descubro ,tenho o dia e a noite,
habitam em mim o claro e o escuro.
As vezes enxergo nas sombras
na luz eu fujo ao calor
A minha hora pode não ser a sua
meu relógio é inquieto
minha esperança mora entre a luz do crepúsculo
e o escuro da manhã.
Minha alma as vezes mora fora de meu corpo
e quando volta, me traz essa calma inquietação.
Mocha
sitio santa rosa, noite de quinta feira

segunda-feira, 2 de março de 2015

DE ÉCOLE

DE école,


Hoje cruzo a baía
amanhã cruzarei o céu.
Faço o sinal da cruz e ajoelho...

agradeço as bençãos..
Lavo o rosto e levo a briza
entre o Rio e Teresina,
ainda uma garotinha esperando o avião da escolha, sozinha.
Decolo e me desloco
o leme é que me guia.
Na passagem da minha escola
quem desfila é a poesia.




Mocha.
Niterói, manha de segunda feira 2 de março

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Quem achará o meu amor.....




Quando nosso amor chegou ao fim
quando tudo terminou
o meu amor foi embora pra Araxá
Foi um beijo longo na despedida
Eu fiquei no Rio, ele foi ver Minas que não tem o mar.
Depois de nosso beijo , ele foi ver Beija.

E agora José?
Quem achará o meu amor?
Nós nos perdemos pelo caminho
entre Araxá e Teresina.
Corremos o Rio , nos perdemos pelas esquinas
e pelas sombras nos escondemos.

Nós nos achamos , nus encontramos
acendemos vela e clamamos juntos.
Um amor igual ,  quanta sintonia
por que será que chegou ao fim?

Nesse fim de mundo
era fim de ano, era fim de festa
nos demos as mãos quando acenamos
nós nos olhamos, até nos perder de vista.

Eu agora ando só, mas não estou sozinho
pois um grande amor fica para  sempre.
Fica em meu corpo, fica em minha alma
fica em minha carne , fica em minha mente.

Agora eu  pergunto,  quase solitário pelo meu caminho
embora eu já saiba onde encontrar.
Então eu pergunto ao outro que passa na rua
e me vê  chorando em mesa de bar

- Quem já teve um amor que se foi e se foi sozinho?
Me responda logo onde fica essa Araxá
Dizem - "Fica no sul de Minas!"
E eu adoro minas que não tem o mar.....
mas tem o meu amor e terá pra sempre esse  meu amar.....


Pois o meu amor pegou aquele trem e lá se foi embora, ele foi embora, ele foi, foi pra Araxá
Agora eu continuo nossa velha história e vivo a perguntar: - Onde Achará o meu amor?......
A resposta veio num simples bilhete - "Eu já fui embora, saio de sua vida e eu vou para sempre, eu vou sozinho, vou pra Araxá..."




Mocha
Janeiro , na serra , de coração partido.



domingo, 22 de fevereiro de 2015

Amigos na Rede



Quando não pudermos tomar um café
na sala, na mesa ou na rede na varanda.
Teremos outra rede em nossa tela
e ao invés da pele, nossos dedos tocarão nas pequenas teclas.

Ao ouvir nosso piano imaginário, 
nossas conversas virarão musicas para nossos olhos.
Ah, vira, virou!- E veremos poesia em nosso dia a dia.

Somos errantes, navegantes
do  imenso barco que se chama solidão.
Mesmo em outros portos, nossos barcos estarão juntos
e no porto onde ligamos nossos laços.
Essa  amizade que se  junta em um mesmo coração.

Amigos na rede, uma boa conversa lembra sempre 
um bom café com leite, pão e manteiga....
Parece simples, mas a grandeza é delicada.
Esse momento é o que faz valer a pena.

Mocha
Leme , domingo 22 de fevereiro.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

A MEIA NOITE NO LEME



Dia desses em pleno meio dia, um calor de verão carioca , quase uma embaixada do inferno, andando pela Gustavo Sampaio a procura do Dante, não aquele, mas o gato da menina Clara, estava eu a clamar por ele, pois o mesmo havia supostamente fugido de casa em plena sexta feira, 13 ,e o terror se instalara na casa onde Dante viera se abrigar nos dias de carnaval pois sua dona cedera o  apartamento deles para um casal da Itália; começamos a procura dentro de casa , em todos os cômodos , depois de olhar em todos os lugares possiveis , lembro-me de que ele poderia ter voltado para sua verdadeira casa, e lá vou eu ,desço pelo elevador e Miss Mellodi pela escada, faço então  o percurso de volta atrás do gato, parecendo um louco, chamando e olhando de cabeça baixa em lugares onde possivelmente o gato pudesse se esconder, começo a perceber que as outras pessoas me olhavam como se fosse um ser de outro planeta a gritar por um gato que se chamava Dante, e de repente ao levantar a cabeça , percebo que já não era meio dia, era meia noite e as ruas do leme estavam envoltas em uma neblina colorida e algumas galinhas passeavam entre a fumaça e cocoricavam antigas marchinhas ....pensei que tivesse ficado louco ou que aquilo era uma ilusão de carnaval ,  eu via aquilo tudo, mas não podia ser visto como se algo nos separasse, sei lá, era muito estranho que tudo aquilo houvesse começado quando o Dante fugira de casa e começara  a busca pela figura do gato preto em plena sexta , 13...e eu ali , no meio daquele sonho, vendo imagens  de galinhas e de pessoas anônimas e sem rosto , mas podia ver no meio deles  , Macabéia ,  Téo e Isabel de mãos dadas e outros seres que desciam pelas ramagens das árvores , e no meio daquilo tudo, em meio as galinhas, em uma mesa lá estava ele...Dante, travestido de Dandi tomando uma xícara de chá , poderia ser  outra bebida pois minha alucinação me colocava agora mais em dúvida do que nunca, até que ponto era real a minha imaginação? .  Observei Dante naquela situação, e na mesa ao lado dele, duas mulheres conversavam , elas eram vizinhas naquele bairro, mas não se conheciam e aproveitavam para colocar  a conversa em dia, uma se chamava  Clara, e era encantadora de gatos e morava no começo da rua. a outra dizia se chamar Clarice, e morava no final do último quarteirão e criava galinhas em apartamento, aliás ela mandara construir um prédio inteiro somente para as galinhas que haviam sido expulsas pelas lacraias de copacabana, então Clarice, condoída das galináceas, fizera aquele que depois se tornara o  abrigo oficial das galinhas retirantes,  e quem tomava de conta delas era uma amiga de Clarice que se chamava Macabéia, cujo unico amigo era um rapaz que se chamava Téo e morava numa  antiga casa, conhecida como a casa  de Isabel, Téo  sempre dizia que ela  estava com ele , embora Macabéia nunca tivesse visto a menina pessoalmente, ficava na dúvida  quando passava diante da casa , pois  era possivel escutar rumores do vento batendo na janela e via um tecido que voava no meio da sala e escutava um sorriso de menina feliz .... ficava ali parada na porta, na esperança de conhecer Isabel, pois seu amigo Téo falava muito bem da tal moça e Macabéia por medo de perdê-la , jamais ousara bater na porta da menina, talvez com medo que ela sumisse  e deixasse Téo sozinho, então em respeito ao seu querido amigo, deixava que ele lhe contasse as histórias dela e assim ela continuaria  a existir para sempre , também para Macabéia. 
             Clara e Clarice passaram então a se encontrar algumas vezes naquele lugar e conversavam sobre galinhas, gatos e principalmente sobre as pessoas e as coisas daquele lugar, e Dante que era um ser encantando as vezes fugia de casa só para encontrar naquele canto do Leme aquelas duas senhoras que não se conheciam , mas que  se encontravam e conversavam muito sobre o tempo de cada uma delas, as vezes Dante também podia ver em outra mesa um anjo chamado Torquato que conversava com um senhor ingles chamado Edgar que tinha um corvo como animal de estimação....esse lugar era especial para Dante. Dante , Dante , onde está voce agora? 
               Poderia ser delírio sob o sol, mas ao constatar que Dante não aparecera, volto para casa triste  e preocupado pois a menina não poderia ficar jamais sem o seu gato, entro no edificio, vou até o elevador e aperto o 12, que é o seu andar e entro em casa e penso de que maneira iremos comunicar que o gato havia sumido, abro a porta de casa, sigo pelo corredor e entro no quarto biblioteca da casa, sento-me na grande cadeira de leitura , observo a porta fechada e começo a cochilar, um cochilo profundo,e de repente ouço miados e quando abro os olhos percebo na estante , uma sombra que se move no meio dos livros...era ele, o gato que por alguns momentos talvez sofresse um certo encantamento e sumisse de nossas vistas e eu me pego pensando em Alice, e me lembro de Clara e de Clarice, e olho então para os livros e a para o espelho e como se fosse novamente um sonho começo  a imaginar que a estante e o espelho podem me levar alguns lugares onde eu dificilmente poderia ir....levanto da cadeira, pego o gato em minhas mãos e olho pela janela, Dante olha para baixo , mia  e olha pra mim, como se quisesse me contar alguma coisa .....e nos olhos de Dante , nos olhos dele, eu vejo muitas histórias!


Mocha 
sábado e domingo de carnaval, Leme 2015

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

De que era mesmo que eu estava falando?



Há noites atrás eu tive um sonho
Era pra ter sido escrito o poema da Clara e da Glória.
Mas nenhuma palavra foi escrita, nem mesmo mal dita
e nem eu mesmo fui guardar na lembrança.

Foi uma daquelas coisas, que  coisa esquisita
que não põe medo nem mesmo em criança
Pois  eu permiti ser esquecida e agora que eu faço?  
Eu quero lembrar e já não tenho esperança.

Que estranho eu ter esquecido do sonho
se o sonho era vivo, eu sei , quase estava lá 
Se é que lá mesmo eu  não estive 
e isso foi   apenas o começo da história

Pois era real o irreal de minha imagem
pois quando se dorme se esquece que vive.
Quando se acorda não lembra de tudo.
Que história é essa que só vive em dormir na  memória?

Se isso  foi sonho e dele não lembro
e por isso não digo, não falo  não canto.
De que era mesmo que eu estava falando?


Mocha
Niterói 29 de janeiro de 2015


quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

A ESPERA DO FRANGO ABATIDO




A espera do frango abatido
Mais um da série das coisas que só acontecem comigo

                   Ir a feira ou ao mercado é uma das atividades mais comuns em cidades de pequeno e médio porte, já nas grandes com o advento dos deliverys, poucos se aventuram em coisas tão bucólicas e/ou prosaicas quanto o fato de sair a caça de seu próprio alimento, mas muitos de nós sabemos que desde tempos imemoriais ou das cavernas foi dado ao homem a descoberta da necessidade dele precisar buscar informações de como chegar até a esse alimento; viu, ou melhor ouviu pessoal do telemarketing, por que ler no trabalho é praticamente impossível.
                      Peço desculpas por esta pequena introdução, e talvez você fique se perguntando o  que o frango abatido tem a ver com telemarketing e com minhas andanças literárias, então vamos ao fato: Caminhar nos últimos tempos tem sido uma rotineira e prazerosa tarefa, pois observar o mundo que me cerca é uma das minhas atividades mais divertidas e sobre-humanas e ontem quando minha irmã me solicitou que fosse comprar um frango abatido na hora pra que ela o fizesse ao molho pardo, claro que obteve meu pronto atendimento e me prontifiquei de levantar muito cedo e aproveitaria para retomar minha atividade física , perguntei-lhe então a que horas o abatedouro abriria, ela me informou que depois das sete...quando acordei, depois da higiene natural , coloquei o tênis e lá fui eu atrás do estabelecimento de seu Hélio, o dono do tal abatedouro, no meu percurso até lá , passei pelo morro do bumba, (alguém lembra da tragédia?), e segui o meu caminho, observando as pessoas que atravessavam o meu caminho, na grande maioria mulheres , atracadas literalmente a suas pequenas bolsas de valores particular por medo obvio que algum larápio, seguro de sua atividade e protegido pela justiça brasileira, surripiasse o suor de seu trabalho, esse sim sem proteção alguma, homens engravatados dirigindo os seus possantes pela estrada do viçoso jardim e outros tantos em pé de chinelos , de bermudas e camisas nos ombros, mas uma coisa me chamou particularmente a atenção: a quantidade de meninos vestidos de uniformes de futebol, alguns acompanhados de suas mães, outros sozinhos, embora sei que existam,infelizmente não observei nenhum pai entre eles , e outra coisa curiosa, é que o uniforme que era de um projeto esportivo, tinha escrito o nome , pasmem: TIO SAM!, gentem, mais Barac, impossível! Só se for nas Casas Bahia! Aquilo me chamou atenção de tal forma que não resisti e puxei conversa com uma dessas mães que aguardava o transporte público com o pequeno agarrado a sua mão, e ela então me conta que a esperança dela era o filho ser descoberto por um olheiro e que fosse jogar em time grande e que ganhasse muito dinheiro, então olhei pro garoto e perguntei se ele tinha um  sonho, ela nem deixou o garoto abrir a boca e respondeu que o sonho dele era ser famoso, comprar um iate, namorar uma atriz famosa da tv, ser empresário de grupo de pagode e comprar uma casinha pra mãe dele, “-Num é filho?”, o ônibus chega e eu fico na porta do abatedouro do seu Hélio, que abriria depois depois das 7, lembram? E já eram 8h e 15min...e eu de repente me pego pensado naquele menino, naquela mãe e naqueles 7X1, ali na frente do abatedouro de frango, e apesar de ser um admirador de futebol, de ser torcedor apaixonado pelo meu River, em Teresina e pelo glorioso Botafogo aqui no Rio, fico matutando se as falcatruas que envolvem o mundo do futebol teriam alguma coisa a ver com isso, ou melhor, pior, caso queiram,  com aquilo e vejo que a corrupção é uma coisa comum no Brasil, e agora tenta chegar em outros esportes, vejam o caso CBV, atravessando uma grave crise ética, porem  os jogadores de voley, com mais anos em bancos de escola e com mais  brio entre suas pernas não baixaram suas cabeças diante dos  cartolas e batem de frente pela história e pela honra....puxa vida 7x1, e já quase 9hs, quando de repente surge seu Hélio, de jaleco branco, era o dono do abatedouro e eu já quase abatido pela espera percebo nele um personagem misto de Fellini, Almodovar e Tarantino e ao levantar suas portas, passa a pedir desculpas pela minha espera , o horário de verão deixava-o confuso e tudo om um sorriso que tirou de mim qualquer suposição ou raiva, contou-me rapidamente ,no tempo dele , sua pequena longa história de vida, um homem simples, de uma vida simples, e me contava aquilo enquanto cortava o frango pela cabeça, tirava-lhes as vísceras e, depenava-o..foi me contando que tinha agora poucos clientes e que fazia questão dele mesmo atender  e sabia o nome de cada um deles. Quando terminou, fiz-lhe o pagamento em dinheiro vivo, como dizem, mas pra mim era apenas mais um pedaço de árvore morta, com o qual pagava por um animal que estava vivo e foi morto para alimentar seu superior na cadeia alimentar, eu, justamente eu que me sentia abatido pelo meu pensamento sobre os sete a um. Sobrevive melhor quem se finge de morto!

Depois que saí do abatedouro, com o frango abatido dentro do saco, volto pra casa cansado e penso nos atendentes de telemarketing, pois antes de encontrar pessoalmente com o dono , fui informado por quatro pessoas dos horários que Seu Hélio abriria seu estabelecimento, e os horários foram depois das 7h, as 8hs, as 8h30m e as 9h respectivamente e pela falha de comunicação descobri que o tempo de seu Hélio é outro, então que se respeite o tempo de seu Hélio....e o tempo dele não é o de verão! Então isso tudo me deu sede, que tal um copo dágua......água?

Bom, ai isso já é outra história!

Mocha
Niterói 27 de janeiro de 2015

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

A TERRA DE NINGUÉM




Quem um dia sonhou em ser alguém 
saiu da própria  terra, pensando que era  sua , mas descobriu  que é de ninguém
Essa terra medéia que mata os  próprios  filhos
pra atingir um amor que seu  nunca fôra,  nem nunca será   seu.

Sempre abre as pernas pra tudo o  que for de fora
Mesmo sendo Gaia, age tal qual  urano quando não permite 
ver o sol,  a  quem está dentro dela. 
Quando vir o rebento ,  seu umbigo é sempre quase  mal cortado
E como se fora enterro , ele é   jogado em pleno relento.

Uma  tristeza tamanha , mesmo tanta magóa
era tanta espera de quem vai pra fora.
Quando fora de casa, procura  seu rumo
quase nunca ri e muito pouco chora.
È a seca chegando e ele recordando seu triste lamento.

Mas ninguem  se importa com a sua dor
pois ela  é somente sua, e sua  própria  terra nunca  lhe  deu nada.
Quando lhe perguntam - Que terra é esta?
 E ele quase grita -  é terra maldita que ninguém mais acredita, e
que virou piada lá pra outras  bandas....

Mas isso é somente o seu pensamento e ele não  responde
Pois se vira verbo , dói na própria carne,  e eu  então respondo:

Essa terra é minha e  eu sei que  é minha e ninguem me tira
vou brigar por ela pois eu sei que é minha e a quero de volta
muito lhe tenho orgulho pois foi e sempre será o meu eterno berço 
lhe tenho tanto amor  e isso é o que me gira
e dessa minha dor , eu faço o meu samba.....

E assim  começa uma nova história do povo sertanejo
Neste samba canção que dói no coração por isso eu canto assim:
O meu boi viveu, ele  não foi morto em plena serafim 
O meu boi viveu  e  viva esse meu  canto alegre,
pra que ninguém mais  pergunte: o que será de mim?


Mocha



Calor carioca de 40 graus igual a minha terra,  a verdadeira terra.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Poema do Nada




Por que as coisas acontecem?
Seja  aqui perto na esquina, 
seja em que parte do mundo,
ou dentro do  coração.
De onde vem o destino, o mistério ?
De onde vem o ar que eu respiro?
Quem move o giro do mundo?
Quem inventou o sol e a lua?
Quem colocou as nuvens no cèu?
Quem colocou o que está embaixo da rua?
Quem foi que plantou o que faz o papel?
Quem é que sabe a resposta de tudo?
Quem é que suporta tamanho absurdo?

Eu sou um grão no universo
estrangeiro em minha própria terra
Que escolha que faço se fico ou regresso?
Que pergunta que eu faço?
E tudo  e do nada eu fiz este verso....

Cuidado, as vezes o nada é o começo do todo.
Quem sair por último que apague a luz.

Mocha
Petrópolis
começo de noite quando o sol foi embora.
segunda-feira 19 de janeiro

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

O MATO E A MATA.









Dia de limpar o quintal
voce escolhe entre o mato e as plantas
a planta parece a mata
o mato é o que nos espanta
a mata é que move a vida
o mato é que mata a planta.

Matar o mal pela raiz 
tirar todas as ervas daninhas
molhar as flores no jardim
tomar banho na mangueira 
cachoeira de criança.

Cachorros que fazem o circo
alegria que gira em volta da casa
pulando embaixo da água
e tudo vira festança.

Brincadeira de matar o mato
limpando o jardim, regando as plantas
o bicho que olha da mata
observando nossa lambança.

Quando tudo parecer bobagem
é  só observar o mundo com outro olhar, 
com o olhar de uma criança.


Mocha
Petrópolis
dia de sol 16 de janeiro de 2015.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

A DEMORA




Quanto tempo de espera
pode um homem suportar?
O tempo de se vestir
o tempo de se pintar
o tempo de se colher
o tempo de se plantar?

O tempo de si permitir
o tempo de se jogar
o tempo de investir
o tempo de si inventar?

O tempo de si parir
o tempo de se malhar
o  tempo de si iludir
o tempo de se gozar?

Quantas esperas nesta vida
pode um homem aguentar?
Não espera nove meses
ele não sangra em 30 dias
não espera o que é normal
não faz festa , nem folia. 

Qual é o tempo do homem?
tudo acaba em um minuto
em segundos ele  dizia
que o tempo em que ele vive
não é o ontem, mas  o agora .
Ele tem uma mão em seu passado
e na outra ele carrega o futuro
que ele espera pra fazer
o que o outro não faria.



Mocha
Petrópolis
manha de calor no vale dos esquilos, de alguma forma perto de Teresina

sábado, 10 de janeiro de 2015

O ÚLTIMO CIGARRO




Já não posso perguntar 
se foi bom para você?
Há três dias eu parei de fumar
já não se embriagarás do hálito 
de rum com o cheiro  do cigarro.

Não precisa mais das  essências de morango, 
pois eu fumei o último cigarro.
Agora podes  beijar a minha boca
sem ter nojo do escarro.

Não importa ser feliz com a fumaça
essa cortina que virava nossa muralha de jericó.
Abre a janela do quarto, deixa o vento levar todas a s cinzas
e não precisas mais pedir , nem ajoelhar 
pro teu amor parar de fumar.

Há tres dias eu fumei o meu ultimo cigarro
e o nosso amor eu não esqueço.

Mocha
Petrópolis
10 de janeiro de 2015

sábado, 3 de janeiro de 2015

O amor precisa ir.....




O amor precisa ir
voce precisa deixar ele sair
voce tem que entender que 
o  amor é coisa que não  se prende
o amor não se acorrenta, ele que é corrente.
Deixe-o partir
pois o amor precisa ir
pode ser um tsunami
pode ser em marcha lenta
mais o amor precisa ir....

Quando se ama
temos medo de perder
mas ninguem quer entender 
que o amor precisa ir

Deixa, vai , deixa ele sair
abra as portas  e as janelas
apague a cortina de fumaça
leve  a mala e 
lave a alma
e se chorar que seja breve 
pois o amor precisa ir....

Ninguem para de sentir
quando se tem um grande amor
se entrega na  loucura,  
e na loucura possuir
mas voce tem que entender
que o amor precisa ir....

Só se sabe se tem volta
 se voce abrir  a mão
e deixar ele sair...
 ah , se voce soubesse
que o amor maior é aquele que não prende
e a corrente que nos une é maior do que o sentir.....

Ah ! Amor,  será melhor se voce for
e se  voltar , eu vou sorrir.......

Para entender que o amor precisa ir!
voce tem que abrir a mão
deixar livre o coração
acordar da ilusão que só é seu o grande amor
se deixar ele partir.....

Vai amor, pode partir meu coração
eu  entendo essa paixão, essa quase ilusão
mas se é amor que voce sente, 
se realmente for amor
para ser o grande amor
ele realmente tem que ir...

" O seu amor, ame-o ou deixe....."

Mocha
Niterói 03 de janeiro de 2015
manhã

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Noite de reveillon





Quando chega a meia noite
é o sinal de um novo dia
o  ano novo que sempre começa
 o feliz ano velho que termina.
 Vamos todos a la praia
com as mãos em plenas palmas
cores que se misturam
flores que irão para o mar
o estouro da bolha de espuma
uma energia que acende o olhar
é um encanto, uma leveza
um deslumbramento com os fogos que brilham no céu.
Vejo cada sorriso
percebo cada desejo
um abraço em quem está perto
um estouro de som e  essa magia.
Sete ondas pra pular, doze uvas pra comer
cada um inventa a sua própria simpatia.
Entre o choro e o sal do mar
não há branco, nem o preto
não importa de qual canto vem aquele
nessa hora todo mundo é um amigo, é  um irmão.
Esse  breve instante de felicidade
que levamos com a gente
quando bate uma saudade...
Batem os sinos e vem o sol que se anuncia
quando o sono bate e janela que se fecha é um acalanto
e esse momento, vira sonho, vira  a festa da alegria!

Mocha
noite de reveillon no Leme, Rio 
entre o 2000ecatarse14 e o começo de 2000esalto15