quarta-feira, 11 de junho de 2014

Perdido



meu parceiro nunca está  ao meu lado
sempre dizia eu tenho que ir
fui ao fundo do poço procurar por mim
e nem em  seus olhos eu nunca me vi

meu parceiro anda por ai perdido
fingindo ser o que nunca foi e me fez tão mal
veio a mim em total desespero
era fim  de ano seria  reveillon, mas era tudo puro carnaval

meu parceiro quer ser o meu amor
mas não tem coragem , ele não quer se expor
me cansei de tudo que não era vida
eram só momentos que terminavam em dor

hoje mesmo sozinho fico mais tranquilo
eu quis um turbilhão , ele quis motor
já não estamos juntos, nem nunca estivemos
tudo ilusão , era quase amor , era um amor em outra dimensão.


Mocha
teresina, fim de tarde aeroporto 11/06 /2007

segunda-feira, 9 de junho de 2014

A PALAVRA CLARA......

A palavra Clara



Penso que o verbo se fez carne muito antes dela nascer, e eu não sabia como começar a escrever um texto para falar de algo maior ou de alguém que só a dimensão do  passar dos anos irá confirmar  o que você ve agora; pode parecer complicado a principio e principalmente se eu começar a escolher  qual a melhor forma de descrever o prazer de ler uma grande escritora , assim me senti depois de ler o terceiro livro de uma escritora que acompanho desde a mais tenra infancia, e o que tinha em minhas mãos ," As Pequenas Grandezas do dia a dia" me deixaram ainda mais emocionado e eu não queria de maneira nenhuma me deixar levar somente pela emoção e falar coisas da boca pra fora e também  penso que não existe uma forma, nem mesmo uma fórmula para se dizer o que se acha,  o que se sente ,  o que passa por nossas cabeças quando lemos uma obra de arte aparentemente simples, mas com um rigor, uma força, um discernimento, um domínio e principalmente uma clareza.....Clareza! pronto, achei a palavra que eu poderia ter começado este texto, poderia dizer que Clareza seria a mistura de Clara com princesa, mas ela não é a princesa, ela poderia no mínimo ser a rainha da história, mas ainda assim ainda não seria ela pois ela é simplesmente a Dona da história, ou melhor a Dona das histórias pelas quais ela se revela em seu mais recente livro, textos postados em seu blog, mas que parecem novos quando estão em seu real papel, um livro em nossas mãos....não que eu não conhecesse a tal escritora, pois ela já me tinha sido apresentada, ou melhor ela mesma se apresentou  diante de mim,” elegantemente”,   disse ela  do alto dos seus infantes seis anos quando fazia pequenas encenações no quarto da casa, ou melhor no sobrado da Coronel  Afonso Romano em Botafogo , casa de sua mãe, grande amiga que se eu começar a falar as histórias com certeza irão se misturar e eu emocional do jeito que sou posso me tornar piegas e não é minha intenção levar o leitor as lágrimas. Melhor me ater a palavra Clara, a escritora da Casa de Isabel, seu primeiro livro, que  chamou minha atenção em um voo entre o Rio e Brasilia, livro que eu não  conseguia parar de ler  depois de seu lançamento nos salões da UFRJ, na praia vermelha, onde Lima Barreto  há muitos anos passados  andava soturnamente pelos corredores; li de uma tacada só, imaginando tudo como convém a um bom livro e um leitor , e queria muito chegar ao seu final, pois cada capítulo era uma cena que precisava ser observada ou degustada silenciosamente com os olhos e ao final  chorei, chorei com a mais profunda emoção ,  mas não era apenas o choro de alguém que ama e conhece a autora desde pequena, chorei pois tinha diante de mim o desabrochar de algo que viria a ser muito maior ou melhor do que eu, ou do que qualquer um de nós, mortais artistas, era uma grande escritora piauiense, brasileira, uma outra dinastia....Clara Mello é assim, forte, súbita....e permanente sem ser fixa, uma leitura construída, uma feitura de colcha de retalhos,retalhos que não se perdem ,  uma rapadura de sonhos, uma moleca, uma senhora...uma pequena senhora do tempo que só daqui a alguns anos as pessoas irão dizer: Voce precisa ler Clara Mello, aliás você sabia que  ela mora na mesma rua que Clarice morou e tem um gato chamado Dante. - Surpresos? Eu ainda me surpreendo com Clara, simplesmente uma das melhores pessoas do mundo, o mundo das palavras!

Moises Chaves

Sitio santa rosa, caçimba velha em Teresina. 06 de junho, o mês das fogueiras, das festas....e das letras!