Como nascem os poemas

Como nascem os Poemas

Um poema não se cria, ele se procria
nasce como um rebento,meio sujo, meio sangue
quando limpo as vezes chora,noutras parece rir
mas sempre estará ali depois que nasce e não se expande

Um poema não morre,ele escorre em busca
de mão em mão,de olho em olho
Cai na boca do povo e guarda-se no coração.
Mas o poema quando guardado, nunca se esconde

Um poema quando cisma de nascer
ele brinca na ponta do lápis
As vezes não sai,não se cria,por vezes se esvai e morre
morre mesmo antes de perecer

Mas um poema quando nasce vira festa
vem com a força de uma corrente
uma cachoeirra de sangue,um Rio de lágrimas
ele tem vida própria ,parece até gente.


Moisés Chaves
manhã do dia 27 de outubro de 2010
Rio de Janeiro.

Para um amigo que se foi um recado tardio...

Pensei muito até resolver escrever sobre o falecimento de Fernando Conrado, fato que causou profunda tristeza e me cobriu de um sentimento de perda muito grande... Muito abalado com a noticia busquei refugio em Niterói na casa de minha irma,no final de semana que passou.
Para quem conheceu Fernando durante o ápice do Nós e Elis,final dos anos 80 e começo de 90 pode entender a ausencia que o querido amigo vai fazer. Todos os dias ele ia ao bar depois de passar as tardes no Iate Clube.Ele sempre bebeu e bebeu demais,chegando a sofrer com a abstinencia...Não cabe a nenhum de nós julgar ou emitir nenhum ato de reprovação ao fato.O que posso fazer é lamentar profundamente uma perda tão brusca e a forma que foi tirado de nós! E mais ainda pedir por ele em nossas orações e que sua familia, em especial suas filhas,sua mãe e e esposa silvania encontrem conforto para suas dores e que suas vidas posssam prosseguir com a lembrança das coisas boas que ele fez: arquitetura e musica! Para quem viu Fernando no Palco pode perceber que ele apostava tudo como se o palco fosse um lugar de um pulo sem volta... tal era sua entrega liderando a banda asseclas.O primeiro disco da banda se chama À PROCURA DE IDENTIDADE...curioso,não é?
Fernando era um doce, todo o mal que ele fez foi só a ele e as pessoas que verdadeiramente amavam e conviviam diariamente com ele, pra elas nenhum sentimento de culpa pois ele era birrento, um menino, um poeta,um artista,e para sua alma inquieta e desesperançada eu peço que descanse em Paz, como ele sempre buscou!

É Muito doloroso escrever para um amigo que morreu,fica parecendo que nunca dissemos tudo que gostaríamos de falar, ou de escrever uma carta ,ou demonstrar carinhosamente o quanto nos são necessários, queridos,e o quanto sua ausencia pode ser dolorida. A Nós que ficamos , cabe a dificil missão de continuarmos a fazer a história pois o show tem que continuar, temos obrigação de aprender com nossas perdas e nos tornarmos mais humanos e fortes para poder segurar a onda um dos outros ou ter estabilidade emocional pra estar sozinho em certos momentos.

Descanse em Paz FErnando!

Meu ser do Espírito Santo ou um canto de Vitória

Bendito é o fruto do teu beijo em minha boca
Bendito é o fogo que aquece nossa chama
Bendita é a água do Cricaré que nos navega
Bendita sede que não vai morrer na praia

Bendito hálito teu que me alegra
Bendito seja o errante que não chega
Bendito carnaval que amor meu não não desfila
Bendito fim que no ano novo não tropeça

Bendita entrega do teu riso ao nosso tema
Bendito Espírito que em si me apareça
Bendito seja nossa Nau não enlouqueça
Bendito ser Espirito Santo que me chega

Bendito sim que para Nós assim pareça
nossa conta ,nosso rito, nossa cama
Bendito seja tua carne em minha palma
Bendito o dia que nossa história assim começa

Moisés Chaves Rio de janeiro, 20 de outubro de 2010
Tarde uma janela na Rua Assunção.

"minha terra é um céu se há um céu sobre a terra!"

minha terra é um céu, se há céu sobre a terra!, Não adianta umbigo é foda!, embora por vezes me sentisse um estrangeiro em minha própria terra,tenho verdadeiramente paixão por Teresina e pelo Piauí, conheço e tive a sorte de percorrer muito de suas cidades, sua arquitetura, seus costumes e suas ofertas de gastronomia, de paisagens insólitas e belos lugares ainda escondidos. Mas de Teresina sei dela como poucos,cada esquina,cada encontro, cada ponte que leva a lugares marcantes: do centro à cacimba velha, à usina santana,à nazária, a altos , a zédifreitas, a união miguel alves e tantos outros lugares,e as cidades do maranhão que mesmo que sejam separada pelo rio parnaíba parecem irmãs de sangue, de um sol sanguineo.Lembro ainda do itararé, do mocambinho, do renascença,do porenquanto, da primavera, do monte castelo, da ilhotas, do macacal, do barrocão...e do socopo. Ah quantas vezes me deixei embriagar pelo seu cheiro, pela pureza de sua água,pelo doce sabor da cajuina,pelas idas ao teatro 4 de setembro,pelo fim de tarde no bar do gonçalo em plena pedro II. pelo barulho que havia no beco do prazer....Prazer que palavra mais sacrificada! Dai lembro de quantos sacrificios me propus, quantas pedras atirei e de quantas me atiraram, da convivencia com pessoas de todos os tipos aglomeradas naquela aldeia global em pleno sertão. Mesmo o calor não é tão sufocante quanto a dificil convivencia de egos, de despreparo, de um querer derrubar o outro, de chantagens e bajulações politicas e de uma falsa inclusão que só piora as coisas, de uma gente sem carater que não mede esforços pra conseguir sobreviver em nome da arte e da cultura,mas negociando a alma em troca de bens materias... mas graças a Deus existem os heróis da resistencia que se mantem de cabeça erguida, como se aristocratas da cultura fossem e perpetuam sua dignidade. Céu e inferno muma fração de segundos, numa luta para não enlouquecer e se manter são. De voar e não querer cair, de que não há vento e nem sopro pra te manter no ar, mas prá te derrubar há verdaderios tufões, como se a miséria fosse seu melhor quinhão. Quando começei a escrever, achava que tudo era por comemoração,mas percebo que por reflexão fui me deixando levar como se guiado fosse pra poder ter minha libertação. Artista quando não ruge, não arranha,mesmo que arranhe minha própria pele calejada, que ponha minha cara na janela,minha alma aflora,erguedo os braços em invocacação clamando aos deuses uma brisa levre, um pouco de chuva pra trazer alivio pro meu sertão.
Hoje é o dia do Piauí, mesmo sabendo que tem gente que não tá nem aí ! Eu! , -Eu me importo e me importo muito.

Recebi de uma amiga e gostei muito desse texto da Miriam Leitão,a reflexão se faz necessária. Leiam!


FESTA NA VÉSPERA, por Miriam Leitão

Então é isso? Uma eleição cuja campanha começou antes da hora acabou antes que os votos sejam depositados na urna? A vencedora de véspera já estendeu a mão, magnânima, à oposição; seus dois maiores caciques começaram uma briga intestina; cargos são distribuídos entre os partidos da base e os assessores já preparam os planos e projetos. Fala-se do futuro como inexorável.

O quadro está amplamente favorável a Dilma Rousseff, mas é preciso ter respeito pelo processo eleitoral. Se pesquisa fosse voto, era bem mais simples e barato escolher o governante. Imagina o tempo e o dinheiro poupado se pesquisas, 30 dias antes do pleito, fossem suficientes para o processo de escolha?

A estrutura da Justiça Eleitoral, as urnas distribuídas num país continental, mesários trabalhando o dia inteiro, computadores contando votos; nada disso seria necessário. Mas como eleição é a democracia num momento supremo, respeitá-la é essencial.

Os que estão em vantagem, e os que estão em desvantagem, não podem considerar o processo terminado porque isso amputa a melhor parte dademocracia, encerra prematuramente o precioso tempo do debate e das escolhas.

Dilma já sabe até o que fará depois de ser eleita, como disse na sexta-feira: "A gente desarma o palanque e estende a mão para quem for pessoa de boa vontade e quiser partilhar desse processo de transformação do Brasil."

Os jornalistas insistiram, ela ficou no mesmo tom: "Estendo a mão para quem quiser partilhar. Eu não sei se ele (Serra) quer. Você pergunta para ele, se ele quiser, perfeitamente."

Avisou que se alguém recusasse, não haveria problema: "Pode ficar sem estender a mão, como oposição numa boa que vai ter dinheiro." Já está até distribuindo o dinheiro público.

Feio, muito feio. Por mais animador que seja para Dilma os resultados da pesquisa - e deve ser difícil segurar a ansiedade - ela deveria pensar em algumas coisas antes.

Primeiro, que falta o principal para ela ganhar: o voto na urna.

Segundo, que o eleitor muda de idéia na hora que quer, porque para isso é livre. Terceiro, que, novata em eleição, deve seu sucesso a fatores externos a ela: o presidente Lula, o momento econômico e a eficiência dos seus marqueteiros.

Aliás, o marketing de Dilma tem sido tão eficiente em aparar todas as arestas de sua personalidade que criou uma pessoa que nem ela deve conhecer.

O salto alto não é só dela, a bem da verdade. A síndrome das favas contadas se espalha por todo o seu entorno, cada vez mais desenvolto.

Por isso já começaram a brigar os generais de cada uma das bandas: Antonio Palocci e José Dirceu.

Da última vez que brigaram, os dois caíram. A disputa dos partidos da base de apoio pelos cargos públicos, como se fossem os despojos da guerra já vencida, é um espetáculo que informa muito sobre valores, critérios e métodos do grupo.

A desenvoltura do já ganhou é tanta que até o presidente Lula, dono da escolha autocrática de Dilma, parece meio enciumado e reclamou que já falam dele no passado. E avisou: "Ainda tenho caneta para fazer muita miséria."

A declaração inteira é reveladora: "Tem gente que fica falando aqui como se eu já tivesse ido embora, mas ainda tenho quatro meses e alguns dias de governo. Alguns falam como se eu já tivesse ido. Tem gente que se mata para ser presidente por um dia e ainda tenho quatro meses e alguns dias. Ainda tenho a caneta para fazer muita miséria nesse país."

O sentimento é um perigo. O presidente Lula já está fazendo miséria. Atropelou o calendário eleitoral, zombou das multas na Justiça, pôs o governo que dirige para trabalhar pela sua candidata como se a máquina pública fosse um partido político.



Isto nos leva a vangloriar a sabedoria dos mais velhos quando diziam: "É bom não contar com o ovo no dito cujo da galinha". Não se brinca com o sentimento de um povo amado por Deus, pois não dizemos que Ele é Brasileiro?

"A esperança tem duas filhas lindas, a indignação e a coragem; A INDIGNAÇÃO nos ensina a não aceitar as coisas como estão; A CORAGEM, a mudá-las”

O 2º. TURNO VEM AÍ. REFLITAM SOBRE O PENSAMENTO ACIMA









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O grupo harém não existe!

Como começar? Eu não faço mais parte do grupo Harém de teatro! Pronto falei! E só Deus sabe o quanto foi difícil chegar a esta decisão , mas em algum momento isso tinha que acontecer, como também é necessário antes . de qualquer coisa que eu agradeça e diga OBRIGADO, MUITO OBRIGADO! Pelo tempo em que fiquei e me dediquei ao grupo e tive a oportunidade de estar em alguns de seus melhores trabalhos e momentos, e o fiz acima de todas as coisas da minha vida.
Mas voltando ao título desse depoimento quando afirmo que o grupo harém de teatro não existe, digo isso por um ideal romântico da idéia que se tem de grupo em que a formação sólida dos componentes fortalecem e sedimentam o que convém se chamar de grupo. Se não reparem na história do grupo onde sempre houve uma composição flutuante de seu elenco,onde já pasaram vários nomes importantes, mas sempre guiados pela santíssima trindade, que ainda se mantém viva até hoje. Quando ouvimos falar que existem grupos de teatro espalhados pelo Brasil e pelo mundo, eles tem a mesma formação há décadas e isso os fortalece enquanto conjunto, no harém a história é diferente, e isso talvez seja seu grande diferencial e lhe garanta a sobrevivência, pois enquanto grupo formador de talento, cumpre religiosamnete o seu papel. E isso por só já é maravilhoso.

Me dediquei durante quase 25 ao grupo e ao trabalho em Teresina, e vou sempre guardar boas memórias, mas não vou negar o quanto é doloroso você romper com algo que você ama, e cuja relação vem se tornando insustentável devido a estremecimentos e divergências. Mas algo tinha e tem que ser feito, é por isso tomei a decisão mais séria, sóbria e serena da minha vida, me afastar de um grupo onde fui feliz durante o tempo em que fiquei e tenho certeza fiz amizades que vou levar pro resto de minha vida, não preciso nomeá-las pois sempre fui e serei sempre transparente nas minhas escolhas e posições. E é muito difícil quando você está no meio de um lugar onde tem muito ego e talento transbordando e verdadeiros insetos em volta da lâmpada, querendo ver o circo pegar fogo.
O grupo harém tem essa força, quando o diretor afirma que o harém é a globo do Piauí, ele não está brincando, pois o harém não é e nem está pra brincadeira.
Provavelmente muitos vão achar que este depoimento está recheado de magóas ou ressentimentos, mas juro do fundo do meu coração que levei algum tempo para tomar essa decisão e torná-la pública da forma mais sensata . Poderia fazê-la de uma forma mais oficial tipo :”comunico a todos o meu afastamento definitivo do grupo harém de teatro....’é verdade, assim como se não o fizesse dessa forma, não seria eu, que sempre tomei minhas decisões da forma mais racionalmente emocional possivel. Mas em nenhum momento me arrependo das decisões que tomei. È uma nova fase, e vou cumpri-la da forma mais sã que eu puder, afim de manter minha cabeça certa, minha espinha ereta e meu coração tranqüilo.
O harém foi um Rio que passou em minha vida, e eu agora vou cantar Copacabana olhando diretamente para ela. Maktub!
Moisés Chaves
Rio outubro de 2010