quarta-feira, 25 de julho de 2012

palavras na pele

                                                    PALAVRAS NA PELE





QUANDO ESCREVO EM TUA PEDRA
COM ESSA  MINHA ROCHA DURA
QUE AMOLECE EM MINHA SALIVA
QUANDO ESCREVO NA PAREDE DA TUA CARNE
DIGITO MANSAMENTE UMA MENSAGEM
EM CADA PARTE DE TEU CORPO
UMA PALAVRA, UM CALOR
UMA GOTA DE SUOR QUE NÃO APAGA
O QUE ESCREVO COM AS MÃOS
QUANDO PEGO O PINCEL E TE PENETRO 
VOLTO COM A COR VERMELHA
ESSA TINTA DA VIDA
QUE MAPEIA NOSSA  PELE CARTOGRÁFICA

UMA MEMÓRIA SEM PERGAMINHO
QUE SE ROMPE EM UMA LÁGRIMA
UM AMOR QUE SE ESCREVE SO SE OLHANDO
SEM PALAVRAS
SINAIS DE FOGO
QUE SE APAGAM  E SE ACENDEM
ESSE ENCONTRO, ESSA PAIXÃO
QUE PARECE TATUAGEM

ESSE NOSSO CRUZAMENTO
ONDE ENCONTRO TUA ALMA
ESSE LEITO DE PÁGINAS BRANCAS
ONDE ESCREVO NOSSAS CARTAS.......

Moises Chaves
sem dias, sem horas, so com palavras

sexta-feira, 20 de julho de 2012

poema do nada



Amanheco sem vontade de nada fazer
uma priguiça, uma vontade  de sentar ao sol bem cedinho
sentir a briza do vento, o balançar das folhas
cachorro latindo no quintal
uma manha de maio em pleno julho....
um copo dagua fria....
uma xicara de café com leite...
Quando em nada penso, vejo um poema nascer
claro como a luz , uma mistura da cor do dia....
vejo o beija flor no limoeiro em minha porta
um bater de asas silencioso
um quase levitar
um passatempo antes de um banho frio
a agua que vem do ventre da terra
e faz brotar uma palavra, um acordar novamente
uma nudez que não precisa de perdão
Um dia sem castigo
com abraço de um irmão....
vejo o dia correr mansamente
esse preparo de uma festa que vai acontecer amanha....

Moises Chaves
Sitio Santa rosa, manha de sexta feira do dia 21 de julho de 2012.....

quarta-feira, 18 de julho de 2012

portão de saída....





Um começo de amor que se desenha na areia
um dia a água do mar irá apagar
Uma história de amor que começa em quatro dias de folia
na quarta feira vira cinza quando tudo terminar

Sabia que teu amor era passageiro
que nossa história estava em estado terminal
Que tudo que fora dito , não pudera ser  um erro
mas que valera a pena ter chegado até o final

Quem disse que já não estamos juntos
mal sabem eles que separados estamos bem
que nossa história agora se divide em dois finais
um pra cada lado, mas juntos no mesmo trem

Eram tantas portas no país das maravilhas
mas esqueçemos das janelas pra deixar o sol entrar
quantas noites escuras acenderam a paixão
que não se podia amar de dia , era nosso esse pecar

Um dia aquela porta que ouvia  a mesma frase
um " Eu tenho que ir"  que doia em meus ouvidos
O fazer amor com gosto de sangue e lagrimas nos olhos
o bater de uma saída que só agora faz sentido.

Moisés Chaves
fiz esse poema em junho, guardei pra só agora publicar e admitir que uma história de amor também pode acabar bem, mesmo que seja dolorido.....

segunda-feira, 16 de julho de 2012

ESTRADA DA UNIÃO



para José Benicio, Fátima, bruno, thais e bernardo.....



SIGO MEUS CAMINHOS TORTOS
ILUMINO MINHA NOITE COM FAROL ELETRICO
PEGO NA MÃO QUE ESTÁ AO  MEU LADO
VIAJO PRA CIDADE DO DIVINO, PERTO DE UNIÃO

UM CANAVIAL MARGEIA ESSA ESTRADA
UMA CASA AQUI , OUTRA ACOLÁ
UM PASSAR DE TEMPO QUE NÃO TEM  DEMORA
CADEIRAS ESPERANDO UMA LUZ EM CADA PORTA

DUAS JANELAS QUE SE CRUZAM
UM OLHAR EMPOEIRADO QUE ME SORRI
UMA FALSA ALEGRIA DANÇANDO QUADRILHA
UMA QUIETA TRISTEZA QUE JÁ NÃO LEVANTA OS OLHOS


NO MEIO DO PASTO UM CACHORRO QUE LATE
NA BEIRA DO RIO TEM UM SOL DE LASCAR
UM COPO DE ÁGUA  FRIA AFUGENTA O CALOR
UM PEDAÇO DE PÃO COM LEITE  QUE PARECE UMA AMBROSIA

VIAJEM MÁGICA A CAMINHO DE UNIÃO
UMA PARADA DIVINA , UMA PEDRA , UM  SÃO PEDRO
UM SOCORRO DE DEUS QUE PARECE CHEGAR
UMA CAPELA NA BEIRA DA ESTRADA, UMA BENÇÃO

AMIDADE QUE NEM PRECISA FALAR
OLHOS QUE FICAM FELIZES COM A CHUVA DE UM PINGO SÓ
UM BALANÇO NA REDE, UM LUAR ESPIANDO NA JANELA
UM CANTO DE GALO, UM BOCEJO, UM ACORDAR.....


Moisés Chaves
Divinopólis, estrada de União-PI, 15 de julho de 2012, o dia do homem, manhã....