quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Sem pé e sem cabeça



O que se fazer quando se está perdido?
São tantos perigos, tantas esquinas, tantas marolas
tanta violencia contra nossos meninos e  nossas meninas.

Quem de nós que  grita, quem é que  bate em tantas panelas?
Carolina olha pela sua  janela, passaram a mão na bunda dela?
No meio da rua tinha umas pedras, tinham cachimbos
uma cortina de fumaça pra esconder o próprio limbo.

Qual o portão da saída?
Quantos becos, quantos vãos palácios em meio há tantos vicios.
Ouçam  quantos risos , quantas alegrias de secretas contas
e os palhaços perdem as máscaras no meio da reunião.

Diz que é um cabaré, uma tal suruba que só tem cabide
todos vestem-se de  terno, e no meio do inferno
já não sabem mais o que é ter  noção.

Ficamos todos  roucos,  soltam  tantos prantos
festamos todos  loucos , parece até que é uma maldiçao
Fechamos as escolas e já nãoo sabemos mais qual é a lição
Será  olho por olho?
Dente ou sem dente?
Somos  todos insanos
e as caravelas de tantos anos, agora  estão de volta.
Sem ter a vista de um porto seguro onde atracar.
Até quando a nossa garganta pode aguentar?

Mocha
terça de chuva sem carnaval.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

O DEDO INDICADOR



Nunca fui cheio de dedos
mas os medos tem as mãos
que as vezes tremem.
Mas o meu indicador
que  se junta a minha saliva
vira a página, segue a vida mais segura.

A lauda branca fica escura 
quando  ponho o dedo em plena  ferida
fica esclarecido e sinto  sobretudo uma luz na página,  
sob os  restos de uma frase mal dizida.

Quem é o mais maldito
a palavra que corta o vento
ou o dedo que me aponta em direção contrária
pois meu nariz é quem me guia, quando abaixo a minha cabeça .

As vezes,  me guia pra noite
fico lendo o vampiro as três da madrugada
Olho a palma da minha mão neste cinco contra um
Quem nunca cometeu o milagre de seu toque
que me aponte a direção
que nos faz cruzar a ponte.

Esse jogo que existe entre mim e Deus, 
Como assim convém a todos os  poetas.



Mocha 
manhã de domingo de fevereiro.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Falsa Cigana







Tire suas máscaras e me deixe ver a tua epiderme 
Desça de seu salto e pise neste chão, e seja inteira.
Não faça as coisas pela metade, se entregue uma vez, e que seja mesmo , que seja de verdade.
Só aprende a ser estrela, quem entende o próprio verme.

O vermelho de tua boca não nos  fere, nem late e nem rouge
Cheia de espinhos tua alma é,  quase nada, muito perigosa.
Esse vestido não te veste , coisa que se vende em qualquer  mercado.
Nesse jardim , és uma erva tão daninha,mesmo que se apresente de forma faceira, mesmo toda prosa.

A tua dança é toda fria, não tem ritmo , nem emoção.
A ninguem  engana, tua malicia nem chega perto.
Não tens astúcia, nem fogo nos olhos, nem sangue nas veias
nem suor salgado, nem tem cor na pele.
Mesmo sendo aparentemente rosa .és apenas uma folha morta!


Mocha
Fevereiro de 2016