sexta-feira, 21 de abril de 2017

Fim da Linha



O som do apito já anuncia o fim da partida
meus olhos  se voltam pro centro da terra
estou sem o cordão umbilical, estou nu 
com a minha música 
no palco
canto prum deserto que me cobre de sal
onde é noite o dia inteiro, sem tréguas.

Calado, escuto o silencio do escuro
a cortina se fecha, e o refletor de serviço já não acende
o aplauso de antes , dobrava esquinas
hoje volta cinco casas e revolta ao campo.

O ser tão virou apenas um mar de lágrimas.
Minha garganta apanha, quantos centavos, sem um centeio.

Já não tenho fome já não mato a sede.
já não faço planos, nem tudo planejo
nem mesmo a memória, nem mesmo a parede.


Mocha
ontem


segunda-feira, 10 de abril de 2017

Há música em mim



Mesmo em silêncio
há música em mim
Me toco quando calado
músculo que pulsa em minha garganta
Quando não falo, é voce que está em mim
Eu quase grito, fico rouco 
com tua língua em meu ouvido
e em  minha mão  , teu instrumento
um vai e vem , que vem e vai e tanto faz
a nossa  música que fazemos até mais tarde.

O pássaro da manhã que quer sair de madrugada
talvez  cantar pro meu vizinho, pro mindinho e fura bolo
A sintonia  que habita o meu sorriso
ao te ver dormir
ao te ver passar
Depois de te ter, sei que há música, sua música está  em mim.

E quando eu canto, é tu que vibras
nossa roupas pelos cantos, pelo chão
este palco solitário, nossa cama
e quando vais , eu quase faço esta canção.


Mocha
pra lembrar de quarta-feira.