quinta-feira, 30 de junho de 2022

 O Homem , o Sinal  e o Menino.




Tomara seu café como fazia semanalmente quando vai para Teresina fazer seu trabalho, missão teatral que carrega, como tantos colegas espalhados pela capital, pelo estado e pelas cidades dos outros estados do Brasil. Daquela vez , por proximidade do local da reunião, escolhera uma panificadora próximo a praça do marquês, reduto de sua infância e adolescência; enquanto degustava prazerosamente o bom e velho café com leite, e um pão na chapa com ovo e queijo coalho, lembrava-se, olhando pela parede de vidro, de uma antiga quadrilha junina chamada Bole - Bole, aquilo remexera suas memórias e alimentava sua alma de lembranças. Pagara seu consumo, enquanto um senhor na fila reclamava pela demora no atendimento, chamando  atenção pela intolerância logo no começo de uma manhã, feito o pagamento, saiu pela porta , caminhara o quarteirão entre a panificadora e a praça, na rua Des. Pires de Castro, sem saber quem fora o distinto senhor que dera o nome daquele passeio.

Chegara a praça, observando um pai que ajeitava o cabelo do filho, sentados ali, aguardando o horário do início das aulas na velha escola Eurípedes de  Aguiar , esse sim , conhecido de boas conversas na praça Pedro II, pois poucos desconhecem sua história e por ser pai da ilustre Genu Moraes. Com essas lembranças atravessadas em sua memória, repara então pela primeira vez, no garoto que esperava para fazer o percurso até seu educandário, olhou-o e esperou que o homem passasse a rua, como sinal de segurança, tomara a  atitude consciente que não corriam o menor risco, ficaram  ali próximos naquele instante na terceira margem da Alameda Parnaíba, o mesmo gesto se repetiu, olhou-o novamente , como se aguardasse um sinal para que pudesse atravessar o restante também em segurança. Enfim, atravessaram  os dois, ele para sua  reunião de trabalho no Cefor, o menino,  certamente, para sua sala de aula, onde se juntaria aos colegas e aos professores, O homem continuara caminhando enquanto observava o sinal de trânsito, com as cores amarelo, verde e vermelho. Mas os olhos do menino para o homem, esse sinal , aquela comunicação , entre o que fora e o virá, esse jamais será esquecido!


Mocha

Teresina, manha de quinta feira de junho, 30