quinta-feira, 31 de março de 2016

A TORMENTA





Vejo dias negros nos céus de Brasilia
O mar de lama desce a rampa
e os ratos abandonam a nau.

Já não existem tapetes nos palácios
a sujeira já não cabe em si e escorre 
pelas mãos, as canetas que se perderam em meio as tintas.

Pedala, acelera, e entra numa via sem retorno
só se fala em suborno , já não se escondem as máscaras
Quem puxará a corda do alçapão?
As cortinas já não cobrem as janelas 
O rei está nu? O que falta em meio as mãos? 

Já não conseguem  segurar o leme do navio
Quem é na verdade o comandante? 
O  assistente? O/A Presidente?

e o povo nas ruas,  antes sem dentes
agora permitem que lhes tirem as dentaduras.


Mocha
fim de março de 3014. 
dando o golpe do poema.

sexta-feira, 11 de março de 2016

Sentindo na pele.




A minha pele responde
ela sente, ela queima
ela aquece, ela respira
transpira e não esquece.

Faz sentido , ela ouve
Sentindo , ela se move
escorre e percorre 
no calor das suas mãos.

A minha pele fala
ela pergunta por voce
onde estão seus olhos
que ontem moravam nela?

No seu toque e no seu sopro
eu revivo e me habito, arrepio
ela escuta um assovio
o murmuro que apitas
ela anda, ela corre pra janela.

Ela sabe que é voce
nem precisa me tocar
minha alma é que diz - Sim!


Mocha
manhã de março 2016

quarta-feira, 2 de março de 2016

Desando



Enchi o saco e desandei por ai
fiquei sem rumo, perdi a rima
meu desatino não se afina com o sistema.

Peguei a pena
Escrevi uma nova lei
Ser sozinho pela estrada
nunca foi o meu caminho.

Nem o seu, nem de ninguém.
Estarmos juntos no agora , é o melhor que nos convém.

Não quero sombra do meu lado
quero ombro, quero abraço
quero sol e quero lua 
um bem , um  lugar prum bom  descanso.

Nosso caminho
uma hora eu vejo, voce olha
noutra faço, depois fico ao seu lado
Nessa troca sem tropeço
Sem teu sorriso eu fico só
eu envelheço.

Nestas andanças pelo mundo
eu volto e numa volta eu te encontro
e te abraço, um recomeço.

Um bem maior , um bem e um mal  , que eu mereço!



Mocha.
manhã de chuva na estrada. março de 2015