segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Em ponto de bala




Não tenho medo de estar no Rio
Embora saiba que vivo à margem
Não tenho tudo de que Eu Preciso
Mas quando quero,Eu tomo coragem

Escuto suas vozes,não vejo seu rosto
no meu espelho a sua tela tola a nossa imagem
Tudo tão sujo,tudo fica vil,tudo maldito
quem é que pode, quem é fode toda engrenagem

Nessa cidade, cheia de morros, em ponto de bala
Perdida toda fica sem a marra toda a malandragem
Pois ninguém mais suporta, ninguém mais se cala
Todo mundo grita e o mundo aguenta mais uma dosagem

O que se quer da vida,o que se quer agora
è que tudo mude,acabem os tiros vire traquinagem
Meu sorriso , esse imenso Rio toda essa cidade
de braços abertos sobre a Guanabara, Presente paisagem

Moisés chaves
Rio 29 de Novembro de 2010

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Somos todos inocentes





Parecia até cena de filme, mas era tudo muito real,embora o surreal seja comum em nosso país,ou na construção de sua história.Assustados estamos todos com esse estado de alerta e assim permaneceremos durante algum tempo até que essa situação de emergencia diminua ou cesse de uma vez. Vivemos uma briga histórica entre classes e a censura de mercado fortalece ainda mais esta luta desigual.Ricos e pobres não se igualam em nenhum momento,nem mesmo na hora da morte! Os moradores da zona sul parecem saber que o problema não chegará até aqui,então como já disse o Beltrame:" isso não está acontecendo na cidade do Rio " , só se for o Rio dos ricos,pois alguns em sua arrogancia e sua ignorancia emocional não estão preocupados e se veem como previlegiados das classes A e B e nada poderá atingi-los. Outros mais sensatos, sensiveis e inteligentes percebem a revolta que se insurge nas favelas e morros cariocas diante de tantos desmandos e impunidades históricos.
Como disse um nobre deputado eleito recentemente:pior que está não fica!... Fica sim ,pois esta situação nos mostra claramente que precisamos de reformas politicas que assegurem ao cidadão brasileiro as mínimas condições de viver dignamente com requisitos básicos de educação , saúde, segurança, moradia e cultura... Ontem em um evento comemorativo de um jornal judaíco ouvi da boca de um célebre humorista que carioca é pobre , que não faz apresentaçoes aqui pois ninguém pode pagar R$ 25,00,e de sua dificuldade em conseguir lotação esgotada. Bastante preconceitoso em seu comentários chegou a ser vaiado em alguns momentos de sua fala.Pelo menos sua máscara caiu e pude ver que atrás daquela coisa se esconde um ser humano, inteligente é verdade, mas que desconhece profundamente o fato de que tem coisas que independem de classes, e que os seres humanos tem em comum a necessidade de convivencia harmônica,embora ele afirme que a natureza humana seja cruel,temos que ter civilidade e ética ,sem recorrermos ao politicamente correto,para conseguirmos um mundo melhor para todos.
O poeta Ferreira Gullar disse sabiamente na última quarta-feira durante show em sua homenagem que o caminho da vida é o outro.Talvez o humorista ainda não tenha chegado a tal estágio de desapego material, e eu sinceramente espero que ele perceba que fazer piada com negro, pobre, homosexual e favelado em certas situações,não é de bom tom! Arrotando que suas condições foram melhores devido as suas oportunidades, ele não percebe que as chances que ele teve , devem ser dadas igualmente a todos, sem precisar usar de arbitariedades como cotas e progamas sociais que tem objetivos puramente eleitoreiros.
Fico muito triste com tudo que está acontecendo, mas triste ainda é perceber que existem pessoas que perderam sua sensibilidade e confundem o papel do artista, que sabemos que tem que colocar o dedo na ferida, mas não para piorar ainda mais tal situação. A vida imita a arte ou a arte imita a vida? Essa dialética só é possivel por causa do outro,parece simples? Talvez não o seja enquanto não percebermos o quanto ainda há de humano em Nós!
Respeito quem não acredita que Deuses existem , mas fico muito temeroso quando por não acreditarem por vezes resolva ser um Deles.

Moisés Chaves
Rio , manhã de sexta feira, 26 de novembro de 2010

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

eu te dei um bolo






A meia noite quis te dar o bolo
amanheceu e eu nem quis dormir
fiz uma festa sem voce no escuro
somente prá fazer voce sorrir

Queria ser o seu melhor presente
pois nosso amor pode não ter futuro
aquele beijo, aquele braço já estão ausentes
Embora separados, estamos juntos eu asseguro

Hoje tudo em volta parece festa
a tua vida plena em relicário
A distancia que separa é o que nos resta
e o meu poeta faz aniversário

Eu preciasava soprar em tua vela
fazer teu barco me levar pro mar
Fazendo depois teu corpo seguro
pra te dizer o que significa ousar...


Moisés Chaves
Rio de janeiro,manhã de 25 de novembro de 2010

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O que que eu vou fazer agora?




Acordar com a terrivel sensação de impotencia não é uma das melhores coisas da vida, mas serve pra gente parar para refletir. Os últimos acontecimentos relacionados a violencia contra seres humanos no Brasil traz mais uma vez a tona o sentimento de impunidade e de falta de governo que guie nossas direções.Pessoas foram sumariamente agredidas nas ruas de São Paulo e um jovem foi baleado no parque Garota de ipanema logo após a parada gay aqui no Rio, isso fora as manchetes que são comuns todos os dias como a falta de estrutura em nossos hospitais, a superlotação das nossas penitenciárias e o roubo deslavado de verbas públicas em superfaturamento de obras,ou politicos que se envolvem em escandalos e sequer passam na porta da delegacia e se sentam em suas cadeiras pleiteando cargos e mantendo a tal da governabilidade, que na verdade não passa de falta de competencia e organização para realmente implantar um plano de governo que permita o acesso as coisas mais primárias que um cidadão de um Pais merece.
Ou não parece a voce que tudo é permitido aos jovens de classe média em nosso Pais? Senão veja só: eles podem queimar indios, agredir mulheres em parada de onibus ,espancar homosexuais,e sempre tem um juiz que libera os coitadinhos revoltados que não tem o que fazer.A falta de controle da familia e a permissividade e conivencia de nossas escolas contribuem para isso? Será que as universidades particulares que são abertas através de concessões publicas, assim como as tvs,que não tem nenhum compromisso educacional, somente financeiro, tem alguma influencia sobre este assunto? Reparem que na grande maioria pertecem a algum deputado ou senador,onde os professores são abrigados a não reprovarem alunos que sequer frequentam uma sala de aula,sob o risco de serem demitidos. Então tudo é uma questão de dinheiro e a falta de compromisso e responsabilidade pela qualidade da educação em nosso triste País fica em segundo plano. Claro que também existem universidades sérias que não compartilham desse jogo,o que é louvável!
Então se quiser matar, roubar, e outras coisitas mais .... tenha dinheiro pra poder ter direito à saúde,à má educação, a falsa segurança , a moradia em condomínios que são verdadeiras fortalezas. e finja que é um cidadão feliz e que venceu na vida! Na década de 80 do século passado surgiu uma banda de rock lá pelas bandas do planalto central que tinha uma música cuja refrão dizia "...Que País é esse?" hoje a gente sabe! Basta responder a pergunta:" Quem quer dinheiro?

Dedico aos políticos sérios que sei que ainda existem e que querem, assim como eu uma pessoa comum , um Pais pra se ter orgulho de chamar de meu,de seu ...... de nosso!

Moisés Chaves
Rio 18 de novembro de 2010

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A lombra





Se corro corro risco na veia
Se quando minha cabeça vagueia
Se vivo o meu sangue bombeia
Se caio, vejo a luz que incendeia

Se fico louco,altero
Se cai a chuva ,venero
Se ouço anjos,paquero
Se me dá fome ,tempero
Se me dá sede, não espero

Depois que fico,não durmo
Depois de tudo mais quero
As vezes meus dias são dias noturnos
Se vais e fico só, desespero

Se vejo uma luz,acredito
Tudo que escuto,é sincero
Se quando vem chega fácil
Se ouço fico bendito
Mal eu consigo, disfarço
Quando não tem, tenho dito
Quando invento, refaço!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Poema do Pinto






Poema do Pinto



Gosto quando pinto e bordo no lençol ,uma arena
Gosto quando pinta uma vontade,um dilema
Gosto quando vem, vem ,vem à tona o problema
Gosto quando faço, faço amor de cinema

Faço quando quero, eu mesmo,uma cena
Faço tudo pra te ter,peço a Deus na novena
Faço força pra perceber ou não perder o fonema
Faço verbo, faço carne na minha mão obscena

Fico ansioso quando tenho que usar uma trena
Fico grande fico forte pelo meu preponema
Fico duro, faço fé meu farol noite amena
Fico mole,e me calo falo só no poema.


Moisés Chaves
Rio 12 de novembro de 2010 19:13h

A crônica de um poema anunciado




Há algum tempo que poemas me veem aflorando e não os consigo reter,alguns estou postando , outros precisam ser refeitos pois estão na incubadora, existem ainda aqueles que nasceram mortos e poderão de certa forma em algum momento renascer. Esta inquietude tem me acalmado a ansiedade de querer fazer milhões de coisa ao mesmo tempo, não precisa ser literal demais e levar minha hipérbole ao pé da letra. Tenho pensado bastante no sentido e no signicado das palavras desde que uma propaganda de inauguração de um shoping em Teresina levou novamente meu estado natal ao anedotário brasileiro e virou piada nacional. Que peso tem uma palavra?,que forma voce imagina ao ouvir uma designação de uma coisa e imediatamente associá-la a outra? . Pensando nisso fiquei a imaginar como se forma uma palavra,sua origem, seu sentido e suas múltiplas interpretações. Uma letra sozinha tem uma força,uma sílaba se torna maior do que uma letra e uma palavra formada por sílabas se torna ainda maior....e assim por diante até formar-se uma frase e construir-se um período ou vários que formarão consequentemente um texto.
Chego a conclusaõ que um texto não é maior do que uma palavra,pois ela isoladamente pode destrui-lo com a força de um tufão ,ou então ser capaz de amaciá-lo ou tornar uma situação vexatória um pouco mais amena quando se fala com jeitinho. A força da palavra estará somente nela? Ou no sentido exato que ela representa ? Ou nas inúmeras interpretações e uso que pode se fazer dela?.Velha pode ter o sentido de usada, se usada for como adjetivo , e as vezes pode ter o sentido de substantivo carinhoso como quando papai dizia:- Vem cá minha Velha!Poderia citar inúmeros exemplos corriqueiros do dia a dia para exemplificar meu pensamento. O que me deixa triste é pensar que um shopping center chamado Pintos pudesse ter a repercussão que teve e de acharem que o próprio piauiense não pudesse rir de sua própria situação.Convenhamos que inaugurar um shoping com esse nome e chamar um galãzinho de novela pra dizer um texto, podemos dizer ambíguo, é dá açúcar pra formiga comer ,ou não? O mundo é cruel, e não adianta se fazer de coitadinho( essa palavra é foda!) e querer se esconder em sua própria aldeia.Botou a cara à tapa por que quis!, deu sua palavra por que quis! Agora aguente as pontas. E eu só de sacanagem resolvi fazer o Poema do Pinto. Ele está sendo gerado para depois ser cuspido e escarrado na minha cara e na cara de voces!


Moisés chaves
Rio 12 de novembro de 2010. 17:58

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

love for sale



Amor não se compra
nem tão pouco se rouba, nem se se mendiga
Amor se conquista, amor se consegue
amor não se pede, nem se arrepende
amor não se vende nem a tal prazo
nem mesmo à vista.

Amor não se suplica, se replica
amor não se pede e nem se vende
Amor quando chega , chega calado
ventando forte bem invocado
pra quem se entende.

Amor não se cala
mesmo calado ele bate forte
batendo sempre sem se dá corda
Amor quando vem ,não mede tempo nem mede espaço
amor vem de mansinho , chegando leve à sua porta

Amor com amor implica
amor pra quem se dá,ele se doa
Amor não se complica
pra quem se ama ,pra quem perdoa!


Moisés Chaves
fim de tarde, começo de noite em botafogo
10 de novembro de 2010

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

buraco






BURACO

Não quero tapar buracos
só quero subir parede
não quero juntar pedaços
só quero cair na rede

Não faço porque não quero
só quero quando diz:faço!
se faço tudo que espero
só fico quando dou trato

Se boto fogo na lenha
se corro risco retrato
se quero cair nas bocas
buraco sempre emburaco

Se posso pisar nas pedras
se caio quando não vejo
só sei que quando começo
Não posso ficar no desejo!

Para Giu
Rio de janeiro, 08 de novembro de 2010
15:39 guiado pelo espirito santo

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A Porta de Espera




A Porta de Espera
(Para Noel)

Quando se abre uma porta,uma janela se fecha
uma ponte se abre e o coração acelera
Quando chegada a hora,pode entrar sem bater
voce sempre aguardado sem pressa, sem espera

Quantas portas abertas já foram
aguardando sua chegada,sem rota,errante sem vela
Quantas horas de olho na Rua esperando tua sombra
nas paredes da casa ,aparecer de repente ou pular a janela

Mas quando chegar a hora de trancar a porta
destruir nossa ponte,lacrar com tramela
a casa será esquecida, as portas cerradas
e as chaves jogadas onde ninguém pode vê-la

Amor sem ida, amor sem volta
sem choro , sem briga, sem vela
não faço samba, nem amor de novela
sem trilha sonora, sem camisa amarela


Moisés Chaves
Rio de Janeiro 04 de novembro de 2010,