domingo, 28 de dezembro de 2014

Poema da dona de casa


Poema doméstico para todas as mulheres de todo o mundo  que cuidam de suas casas.....





Ela reina absoluta na sala, no quarto, na cozinha
abriga em seus olhos o mundo lá de fora
transforma o que cai em suas  mãos e quase sempre está sozinha
alquimista das idéias, dos sonhos e das esperas.

Sabe de tudo de boca fechada
quando abre,é uma explosão de alegria
mãe,mulher,filha e nora
dona, secretária, tem a sua caixa forte e pra nós a poesia.

Generosa, as vezes rude
tem carinho e mão de ferro
é a faz tudo em todo tempo
nunca tem a hora certa
tudo perto vira hábito, habitante de outro mundo
é a casa que  a  procura.

As vezes é  a esposa do marido
mas sempre é a mãe de seus filhinhos
sempre alerta e defensora
a guerreira de todas as batalhas
toda casa lhe depende  e ninguem espera a  falha.

Que ser humano é esse?
Esse dom especial de cuidar de todo mundo,
de limpar a  própria alma quando varre os seus problemas
lava o rosto em suas lágrimas
uma honra e  uma alegria ser o centro deste verso.


Mocha
Niterói 28 de dezembro de 2014

domingo, 21 de dezembro de 2014

O NÃO OFICIAL.





QUE OFICIO DAR A ELES?
POETAS DAS ARTES E DAS MANHAS
ARTISTAS QUE LUTAM EM GUERRA QUENTE
HÁ  PALÁCIOS QUE SE FECHAM
PODEROSOS QUE SE MANCHAM
 O ARTISTA EM MARCHA LENTA
E HÁ O  POVO QUE NÃO SAI DE SUA ENTRANHA
SOMOS ESTRANHOS EM NOSSOS NINHOS
VOAMOS EM BUSCA DE OUTRO CHÃO ONDE POUSAR
É PRECISO VER O MUNDO PRA LOUVAR A SUA ALDEIA
UMA VEZ QUE O ARTISTA GRITA
SUA VOZ HÁ DE CHEGAR
E O REI AINDA PERGUNTA
QUE OFICIO DAR  A ELES?
UNS SE VENDEM
OUTROS NÃO COMPRAM
DESUNIDOS E TODOS NUS
NÃO HÁ BANDEIRA QUE OS CUBRAM
NEM DESCANSO EM SUAS TERRAS
CABEÇAS NAS NUVENS E A SAÍDA É O AVIÃO
A MAIOR TRISTEZA DO ARTISTA É  O VALOR
 QUE LHE DÁ O PRÓPRIO CHÃO.



MOCHA
Rio Niterói em busca da terceira margem
21 de dezembro de 2014.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Tristeza na Estrada





Depois do fogo na estrada ,a vida se apaga
as velas se acendem na mãos dos que choram.
Estado de sitio lastimoso em pleno sertão
ignorância sem governo e alguns ainda de pires na mão.

Alguns pararam de respirar para sempre
outros respiram roubando o ar de pulmões juvenis
Noticias tristes de minha terra querida
uma raiva,um aperto que  em meu peito se enterra.

Quando penso na estrada que me leva de volta
não tenho o controle de olhar na janela
Penso em  telhados e urubus nos palácios
enquanto os que morrem , ascendem aos céus.

Quero tirar a tristeza do peito
beber na cacimba,  minha água tão velha
Renovar meu sorriso e o que alegra meus olhos
colocar de volta a bandeira no alto da serra.


Mocha. niterói em 17 de dezembro de 2014

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

NOSSO AMOR SINCERO





ENTRE O LINHO E A LINHA
EXISTE A CÊRA E A SALIVA
AMOR COM CERA, ESSE UM DIA QUEBRA
AMOR COM SALIVA, QUE PRA SEMPRE  VIVA

QUEM NÃO QUER UM AMOR QUE NÃO TENHA CÊRA?
TODO SER , PENSO : EU QUERO!
QUEM JÁ TEVE UM ,  ENTÃO ME DIGA:
PRA TER  ESSE AMOR, TEM QUE SER SINCERO!

SINCERAMENTE  QUERO QUE VOCE ME FALE
SE VOCE NÃO QUER ,DEIXA QUE EU ME SIGA
NOSSOS CAMINHOS QUE JÁ SE CRUZARAM, HOJE SE PERDERAM
AGORA NÃO DESEJO E  NEM QUERO BRIGA

AMOR SINCERO NUNCA  TEVE INTRIGA
NINGUEM BOTOU CÊRA,  NEM NÓS DOIS DEIXAMOS
PRA QUE BRIGARMOS SE  HÁ MUITO TEMPO
NOS DEMOS AS MÃOS E MUITO  NUS AMAMOS/

NÃO QUERO CHORO NESTA DESPEDIDA
POIS TEREMOS SEMPRE NOSSO AMOR SINCERO
UM AMOR MAIOR QUE SUPERA TUDO
SE HOUVE ALGUMA FALHA
OU SE EU ERREI , VOCE ME PERDOA
E SEJA BEM FELIZ, POIS ASSIM ESPERO.


Mocha
Niterói noite do dia 01 de dezembro de 2014




sábado, 22 de novembro de 2014

POSSE entre a prosa e a poesia.


Desde ontem fui tomado, mais do que nunca , por um dos prazeres que me seguem e que alegram muitissimo : conhecer lugares diferentes e sobretudo as diferentes pessoas que habitam estes lugares e saber sobre suas histórias, ontem a convite de minha queridissima amiga Fátima Medeiros fui ao distrito de Posse, qual foi minha surpresa ao me deparar com a montanha russa de emoções até chegarmos ao sitio da amiga de minha amiga, uma senhora interessantíssima que mora num lugar mágico com muitos cachorros.....realmente uma maravilha de lugar  e de pessoas, fiquei extremamente emocionado com a situação e fiz este pequeno poema:




POSSE

TRÊS VALES ME CONTEMPLAM
SOBRE O RIO E O MAR DE MINAS
EU NAVEGO EM MI MAIOR
OUÇO A MUSICA DA TRIBO E OS TRIBALISTAS
E O SILENCIO CANTE EM MIM, MENOR.

O VENTO TOMA CONTA DE TUDO
E DE TUDO TOMA POSSE
FINCA A BANDEIRA EM MEU PEITO
HASTEAREI A FLÂMULA ENTRE A CHEGADA E  A DESPEDIDA

O BALANÇO PASSAGEIRO DA REDE NA VARANDA
 A OUTRA REDE SEM ACESSO
NÃO FICO POSSESSO PELO FATO DA AUSÊNCIA
DEFINITIVAMENTE ENTREGO-ME À POSSE
E MANSAMENTE DAS MONTANHAS EU RIO. RIO...RIO!


Mocha
12 de novembro de 2014
ao cair da tarde.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

A ressureição da palavra brasileira





               Nem preciso falar do momento atual da música brasileira, para justificar o título acima, nem falar aqui da mediocridade das músicas que  tocam nas rádios do país, com raras , ou raríssimas exceções, para dizer da minha surpresa diante da obra do poeta Torquato Neto revisitado no brilhante show Anjo Torto da cantora piauiense Patricia Mellodi, onde a poesia e as letras do poeta tropicalista nos fazem refletir sobre a qualidade das músicas e  das letras produzidas por gerações anteriores muito superiores ao que se vê no "mercado" da musica popular brasileira atualmente, não precisamos ir muito longe para defender esse pensamento diante de tanta coisa ruim produzida em tão larga escala como agora, ou ainda pior quando esse mesmo mercado tenta nos empurrar goela abaixo novos talentos como se fossem a oitava maravilha  do mundo. Em proveitosa conversa ontem a noite no La Fiorentina depois do show da artista , com pessoas conhecedoras, pessoas ligadas ao teatro, a música , pessoa inteligentes, discutindo , vendo e revendo o show e a complexidade e a gradeza das letras e dos diferentes parceiros de Torquato em cirandas, canções, blues, rocks , boleros e bossa nova, onde Patricia desfila com muita competência sua capacidade de interprete e cantora em afinado roteiro, o espetáculo Anjo Torto nos remete ao passado e nos faz questionar o futuro da música brasileira, e que futuro será esse ? Ainda bem que temos o talento e a coragem desta artista e da equipe que lhe acompanha nessa navilouca, com destaque pra banda formada pelos talentossimos Èlcio Cáfaro na Bateria, Pedro Costa na guitarra e violão e o chefe Emersom Mardhine no Baixo e direção musical, pro cenário e direção de arte do Cláudio Lobato, a competente iluminação de Luiz Paulo Nénem, a produção de Dárcy Mendonça e o direção de  Márcio Trigo fazem  com que a sensação de se estar vendo um espetáculo , que não é apenas um show, é sim um show  lítero musical, brilhantemente roteirizado como se nos contasse uma história, a história de Torquato através de suas letras,e ele está presente em  todo tempo do espetáculo que se concretiza no apoteótico final quando a platéia inteira canta com a artista o refrão da musica Go Back, "...só quero saber do que pode dar certo, não temos tempo a perder..." Patricia mais uma vez está fazendo a coisa certa , desta vez certíssima, mais do que nunca,  quem   conhece a história de Patricia sabe do que estou falando, é um momento diferente, firmando cada vez mais a marca MelloDI, fazendo a DIferença , mostrando-se superior com humildade, estudiosa que é , inteligente , divertida, mas ao mesmo tempo densa e forte quando tem que ser...e em relação ao começo de meu escrito, afirmo que tenho profundo respeito pela palavra, principalmente pela palavra brasileira, e vinha acompanhado com bastante preocupação a baixa qualidade das atuais letras e de certos compositores endeusados pela mídia, e fico extremamente feliz por perceber que ainda existem heróis da resistência, que nos fazem acreditar que nem tudo está perdido, e que existe uma saída que não seja mais o portão do aeroporto, nem a tampa do forno ou o botão do gás....eu digo e afirmo,:-voce precisa conhecer o novo trabalho da artista Patrica Mellodi, voce precisa conhecer Torquato Neto, voce precisa conhecer o Piauí, voce precisa redescobrir o Brasil nem que seja através da palavra. 

Palavra de Moisés Chaves
Rio, leme, 12 de novembro de 2014

domingo, 9 de novembro de 2014

Aquele que acolhe







plantei uma semente no peito do outro
eu colho aquele que acolhe
divido o prato e a colher
rimos juntos e por vezes choramos
nem todo dia estamos juntos
atravesso a baía por baixo da ponte
sobre a cabeça aviões e o  pensamento voa
corro na lagoa e afugento as mágoas
recebo um abraço daquele que abriga
recolho os olhos que moram em mim
habito um sorriso que brota de ti
momento que nunca se escolhe 
natural como sempre quando estamos tão perto...

Mocha
Niterói 07 de novembro de 2014

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

A PIMENTA MELLODI










 Quem sou eu para falar de Patricia Mellodi?, Eu poderia enumerar vários motivos que podem referendar o que vou dizer, mas vou citar apenas um  : sou produtor cultural há mais de trinta anos, tenho um enorme senso crítico e tenho bom gosto, e depois de dois dias pensando , analisando e me distanciando da maneira mais imparcial possivel para falar sobre o show ANJO TORTO- PATRICIA MELLODI CANTA TORQUATO NETO,  me sinto preparado para falar do que vi, ouvi e senti,   não é fácil, não é para qualquer um, pois é um show diferente de tudo que  a artista tinha feito até agora, realizando sua trajetória em  árdua construção de compositora, e depois de mergulhar do  outro lado da lua, depois de seu lombo estar curtido, Patricia mostra-se preparada para suportar  a missão de cantar Torquato Neto em um show que tem ótimo roteiro, direção, cenografia, iluminação coerentes com este momento, desde a sirene que promove abertura do show e ela canta "Mamãe Coragem" como que predizendo o que ainda tinha por vir;  a artista nos serve a carne de Torquato aos poucos em parcerias surprendentes , serve para todos um  filet mignom da melhor qualidade. Patricia mostra-se adaptada para cada música que canta revelando sua enorme capacidade interpretativa , como demonstra em momentos  como "Minha Namorada" com o violão de Pedro Costa, e com o belíssimo "Pra dizer Adeus "acompanhada pelo baixo de Emmersom Marchine, uma ruptura e um ligamento ao mesmo tempo, talvez a sua sublimação, quando vem  o momento que ela canta "Tres da Madrugada", blues onde ela cresce, se agiganta, fortaleçe a pimenta do tempero da  interprete que é , Patricia vai ganhando a platéia mostrando seu lado torquatiano, como que preparando a platéia para a chegada dele, e ele chega, na ultima música ele/ela se juntam teatralmente ,  ai a platéia se rende ,  quando chega ao final do show, estamos todos presos a artista e ao seu momento, e que momento, que ele seja longo, forte, e simplesmente o seu momento, o seu melhor momento, e se um dia eu lhe disse que voce é uma estrela, hoje eu afirmo com todas as letras e assino embaixo pra quem quiser ver, ler e ouvir,- Patricia Melllodi, voce é uma estrela, sim, e de primeiríssima grandeza....estou rendido, pode me prender!


Moisés Chaves
Rio de Janeiro, 06 de novembro de 2014 manhã

domingo, 19 de outubro de 2014

CALOR





O VENTO NÃO ENTRA PELA JANELA
DESDE ONTEM O SOL MORA NAS PAREDES DA CASA
O INFERNO DE REPENTE SAI DE MIM
ENCONTRO UMA GOTA DE SAL EM MINHA PELE

O DIA PARECE PARADO
LAVO A ROUPA, LEVO A ALMA E  COLOCO NO VARAL
SECO O SUOR E A CAMISA SEM DO VENTO PRECISAR
ATORMENTA SE ACABA QUANDO ABRO A TORNEIRA

O CALOR QUE NÃO SE CALA
ENTRA PELA NOITE ADENTRO
PEGO O LEQUE, ME ABANDONO
ME ABANO E ME INVENTO.

UMA HORA É ESSA ÁGUA
SEM ELA É ESSE TORMENTO
NEM SÃO PAULO, NEM SÃO PEDRO
ESSE VERÃO EM PRIMAVERA
E EU CLAMANDO PELO VENTO...VENTO..VENTO


MOCHA
SITIO SANTA ROSA , DIA DO PIAUÍ DE 2014

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Querelle

é muito melhor amor Genet
que amor genérico.




Já não espero que um dia voltes
pois nunca entendi porque tinhas que ir
Não se abandona o amor a própria sorte
sem abrir caminho , sem rompimento sem haver corte.

Nunca te perguntei por que  viestes
e voce nunca me falou se veio a mim
Apenas se chegou e foi entrando sem convite
sem querer se apossou do que havia, do principio até o  fim

Fostes covarde e me deixastes a ver navio
escrevi no  papel de pano que acenei quando parti
Pois sei agora que quem partiu em despedida não fostes tu
eu me abortei , me  atraquei em porto livre e pensei somente em ti

Se queres volta, já não te quero e pouco importa
se somente agora queres ficar ao meu quereres
O meu desejo já se acabou e não tem volta
tu me deixastes e eu me encontrei , e é bem melhor ficar assim.


Mocha

dias passados em dezembro de 2009.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

uma chuva para o céu.

Uma chuva para o céu.



No fim da tarde
já não se espera que a chuva caia
Somente a água da cacimba ameniza o calor
Acende-se o fogo, coa-se o café, prepara-se o beiju
a mesa posta, a familia encosta
A fumaça sobe e o aroma chega em nossas ventas
Assim começa a noite fria
O sitio é um oásis, e a emoção do choro
vira um lágrima para o luar
Essa alegria calma de se olhar pro céu e sorrir com os olhos.
Mocha
tarde quente esperando a boca da noite se abrir no Santa Rosa.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Simples Sorriso


amor e humor

as vezes não preciso de palavras
nem de carne, nem de sangue
as vezes me alimento simplesmente de sorriso.






Amar é sorrir 
eu ouso dizer, voce vai gargalhar
querendo ou não
abrir o bocão não te faz engasgar

Sorriso é lembrança
de alguma bobagem
não te faz esquecer
e assim bem criança
em nossa lambança
 de suar e sorrir

As vezes até na vida é melhor
sorrir bem baixinho
lembrando das coisas que juntos fizemos bem devagarzinho

As vezes explode 
estampa na cara e te faz levitar

as vezes com fome 
as vezes com sede...nem precisa pedir
só quero de volta que voce possa  de novo sorrir.....
voce possa sorrir de volta, de volta   pra mim!

Mocha
sitio santa rosa agosto de 2014

domingo, 27 de julho de 2014

Ensino-me a Viver

Ensino-me a viver




entre a teoria e a prática
sobrevive o instinto.
não há mais nada a aprender
nem muito menos a ensinar
um momento chega que voce vai aprender
não tem jeito, não se preocupe
em alguma hora voce encontra o sentido das coisas
mas voce só aprende sentindo
voce vai entender o que outro
tanto quis te ensinar.
então é voce que vai de agora em diante
ensinar que pedra também pode ser um di(a) mante.

Mocha....
sitio Santa Rosa, noite fria de 27 de julho

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Ariano

Ariano



O Livro é como um carretel de linha ou um novelo de lã
somos todos pequenas  agulhas tecendo nossa própria história.
Fio a fio, página por página
O  livro aquece tanto como um cobertor
O livro é um mar em suas mãos
esse agridoce do dedo que vira as folhas
mergulhos que prendem a respiração
e vez em quando ondas podem brotar de seus olhos.
uma gota de emoção que cai na  página em branco
onde se escreve a palavra  fim
depois de ler um livro é onde a história realmente começa.


Mocha
sitio Santa Rosa
noite do dia 24 de julho de 2014

terça-feira, 22 de julho de 2014

Des tarde

des tarde



todos os dias as tardes parecem desertos
e quando ela finda, a noite chega fresca
e os tuaregs da cabeça de cuia
tomam banhos de lua, lua, lua....
brisa noturna da Caçimba Velha..
água do poço que mata nossa sede.
Alivia o suor, nos faz sorrir
Soir, so ir.....Noir , no ir pra cama.

Mocha.....22 de julho de 2014

terça-feira, 15 de julho de 2014

Festa dos Olhos

Festa dos Olhos


Eu não acredito em tudo que eu vejo
eu vejo tudo o que eu sinto
De vez em quando percebo
o que vez em quando versejo.

Eu nunca digo não minto
pois a verdade se esconde
Não digo tudo que sinto
mas quase sempre revelo

Em cada rosto que eu olho
eu vejo sempre a mim mesmo
E quando me sinto atendido

por tudo isso eu  festejo.


Mocha 
noite fria no sitio santa rosa 
Caçimba Velha 14 de julho de 2014

sábado, 12 de julho de 2014

Certo ou Errado



Não quero perder a noçao das coisas
nem precisar  vender o meu caráter
Só preciso fazer o meu trabalho
sem andar de pires mendigando atenção.

Não preciso ser Maria
nem rainha da Inglaterra
so quero ver meu canto
encantando a multidão


Meus valores são maiores
minha fome é  criação
tenho sede de verdade
mas me embriago de ilusão.

Ando de cabeça erguida
mas me ajoelho diante de Deus
a  natureza é minha igreja
valorizo a existência dos irmãos.

O que é certo, o que é errado
cada qual tem seu conceito
levo a vida do meu jeito e voce que leve a sua
o que importa  o que é justo?
só precisa mão na mão e olhar nos olhos
 e quando errar,  pedir perdão.


Mocha
tarde quente sitio santa rosa, 12 de julho de 2014

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Posse


Eu não preciso de amarras
pra saber o que é meu
nem tampouco colocar etiquetas
nas coisas e pessoas que estão junto  a mim.

As arvores que planto
as pessoas que abraço chorando ou sorrindo
os livros que lemos juntos
as flores que existem em cada jardim.

Deixar os bichos correrem soltos
se achegarem vez em quando quando querem
o melhor cofre é a memória
que guardam tudo isso que nunca tem fim.

Das coisas que mudam a vida
o sorriso é de longe a melhor de todas elas
as coisas que  amo deixo-as livres
pois se querem voltam , um dia elas voltam pra perto de mim.


Mocha
Caçimba Velha
manha do dia 10 de julho.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

OLÉMANHA.




abri os olhos
a boca em bocejos
abri a porta e as janelas
lá fora tudo continua igual
os pássaros cantam, cachorros deitados no chão

meu corpo parece que levou uma surra
minha cabeça pesa
ow cerveja alemã que desceu errado
tudo AINDA parece uma grande ilusão.

mocha, madrugada de quarta.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

sopro



as vezes um murmuro é mais forte que um grito
o silencio das coisas acalmam
o cheiro da sopa quentinha
o cheiro de lavanda, o talco
o pijama.

o tempo na caçimba é outro
o vento quase caminha na estrada
o barulho dos bichos que falam
a noite é andante de passos  lentos
anunciam a jornada que amanha se repete

e de novo um dia que parece outro
espelho de ontem com o sorriso de agora.


Mocha 

noite fria vendo  o ninho do joão de barro
07 de julho de 2014

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Que lado.....



Quantos lados tem um poema
o lado de dentro, o lado que aflora
o lado de fora, que precisa ser visto
que tem que ser visto por ele, o Rebento
Quantas vezes voce esteve do lado
de qualquer pessoa, em qual o momento?

Quantos lados tem o preto no branco
o certo o errado, o burro ou o jumento
o lado do sol, o lado da lua
o lado da casa , o lado da rua
viver a vida do outro com sentimento!

Quantos lados tem a sua sombra
quando voce olha pra se ver no cimento
o olho que água, que volta pra terra
essa massa parada, essa outra no vento
uma folha que cai, outra vira outro tempo.

Quando voce percebe que o mundo é redondo
não precisa de lados, só precisa de centro
uma vida começa quando a outra se finda
uma mão deixa a outra quando chega o momento.


Mocha

para uma amiga que perdeu seu filho

Fim de tarde do  dia 03 de julho de 2014, Teresina

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Perdido



meu parceiro nunca está  ao meu lado
sempre dizia eu tenho que ir
fui ao fundo do poço procurar por mim
e nem em  seus olhos eu nunca me vi

meu parceiro anda por ai perdido
fingindo ser o que nunca foi e me fez tão mal
veio a mim em total desespero
era fim  de ano seria  reveillon, mas era tudo puro carnaval

meu parceiro quer ser o meu amor
mas não tem coragem , ele não quer se expor
me cansei de tudo que não era vida
eram só momentos que terminavam em dor

hoje mesmo sozinho fico mais tranquilo
eu quis um turbilhão , ele quis motor
já não estamos juntos, nem nunca estivemos
tudo ilusão , era quase amor , era um amor em outra dimensão.


Mocha
teresina, fim de tarde aeroporto 11/06 /2007

segunda-feira, 9 de junho de 2014

A PALAVRA CLARA......

A palavra Clara



Penso que o verbo se fez carne muito antes dela nascer, e eu não sabia como começar a escrever um texto para falar de algo maior ou de alguém que só a dimensão do  passar dos anos irá confirmar  o que você ve agora; pode parecer complicado a principio e principalmente se eu começar a escolher  qual a melhor forma de descrever o prazer de ler uma grande escritora , assim me senti depois de ler o terceiro livro de uma escritora que acompanho desde a mais tenra infancia, e o que tinha em minhas mãos ," As Pequenas Grandezas do dia a dia" me deixaram ainda mais emocionado e eu não queria de maneira nenhuma me deixar levar somente pela emoção e falar coisas da boca pra fora e também  penso que não existe uma forma, nem mesmo uma fórmula para se dizer o que se acha,  o que se sente ,  o que passa por nossas cabeças quando lemos uma obra de arte aparentemente simples, mas com um rigor, uma força, um discernimento, um domínio e principalmente uma clareza.....Clareza! pronto, achei a palavra que eu poderia ter começado este texto, poderia dizer que Clareza seria a mistura de Clara com princesa, mas ela não é a princesa, ela poderia no mínimo ser a rainha da história, mas ainda assim ainda não seria ela pois ela é simplesmente a Dona da história, ou melhor a Dona das histórias pelas quais ela se revela em seu mais recente livro, textos postados em seu blog, mas que parecem novos quando estão em seu real papel, um livro em nossas mãos....não que eu não conhecesse a tal escritora, pois ela já me tinha sido apresentada, ou melhor ela mesma se apresentou  diante de mim,” elegantemente”,   disse ela  do alto dos seus infantes seis anos quando fazia pequenas encenações no quarto da casa, ou melhor no sobrado da Coronel  Afonso Romano em Botafogo , casa de sua mãe, grande amiga que se eu começar a falar as histórias com certeza irão se misturar e eu emocional do jeito que sou posso me tornar piegas e não é minha intenção levar o leitor as lágrimas. Melhor me ater a palavra Clara, a escritora da Casa de Isabel, seu primeiro livro, que  chamou minha atenção em um voo entre o Rio e Brasilia, livro que eu não  conseguia parar de ler  depois de seu lançamento nos salões da UFRJ, na praia vermelha, onde Lima Barreto  há muitos anos passados  andava soturnamente pelos corredores; li de uma tacada só, imaginando tudo como convém a um bom livro e um leitor , e queria muito chegar ao seu final, pois cada capítulo era uma cena que precisava ser observada ou degustada silenciosamente com os olhos e ao final  chorei, chorei com a mais profunda emoção ,  mas não era apenas o choro de alguém que ama e conhece a autora desde pequena, chorei pois tinha diante de mim o desabrochar de algo que viria a ser muito maior ou melhor do que eu, ou do que qualquer um de nós, mortais artistas, era uma grande escritora piauiense, brasileira, uma outra dinastia....Clara Mello é assim, forte, súbita....e permanente sem ser fixa, uma leitura construída, uma feitura de colcha de retalhos,retalhos que não se perdem ,  uma rapadura de sonhos, uma moleca, uma senhora...uma pequena senhora do tempo que só daqui a alguns anos as pessoas irão dizer: Voce precisa ler Clara Mello, aliás você sabia que  ela mora na mesma rua que Clarice morou e tem um gato chamado Dante. - Surpresos? Eu ainda me surpreendo com Clara, simplesmente uma das melhores pessoas do mundo, o mundo das palavras!

Moises Chaves

Sitio santa rosa, caçimba velha em Teresina. 06 de junho, o mês das fogueiras, das festas....e das letras!

quarta-feira, 7 de maio de 2014

curto



no meio da tarde
escuto o ponteiro do relógio
cada segundo é um longo tempo
esperar as horas é um curto circuito
um circulo quadrado em sala de espera
sem compasso abrir a porta
fechar a janela olhar a rua em movimento
lento, lento lento
um lance de escada
um caminhar vadio pelas ruas
um tempo curto em rumo ao vento
sem pressa de chegar em casa
pois as vezes o mundo é meu 
o mundo é meu por um momento.


Mocha, tarde no centro de Teresina 
manha de maio, 7

segunda-feira, 14 de abril de 2014

película......sem imagem!

nunca mais escrevi um poema
isso não significa que ele nunca  foi feito
sem sequer um rabisco numa folha de papel vagabundo
ou mesmo uma fotografia que se  esconde no fundo de uma gaveta

nunca mais o tempo se versificou em mim
isso não significa que ele não tenha me atirado pedras
pra começar minha desconstrução poética

nunca mais um  poema pariu em mim uma nova palavra
sem tempo de espera nem um grito de alerta na agonia do deserto.

nunca esperei que se fizesse um poema em segundos
sem nenhuma emoção de primeira
nunca enfrentei uma fila de espera
em busca de uma canção verdadeira

nunca mais um poema uma falta
uma ausencia que prenuncia um dilema
venha poema, não se vá
fico a janela a espiar pela estrada
que apareça de novo
como se fosse de tarde
 numa sessão de cinema.


mocha
janela na ilhota numa noite onde a lua menstrua.

teresina noite de 14 de abril 2014