segunda-feira, 8 de junho de 2015

Meninas de Castelo




No castelo do sertão já não existe infância
os lobos peregrinam livremente e a vovozinha, 
aquela velha senhora idosa ainda manda no curral.

As meninas foram brincar de Cinderela no alto do castelo
 as pequenas cidadãs viraram brinquedos nas mãos dos cães, 
mandíbulas agourentas que lhe sugaram o sangue virgem.

Quem lhes chora agora em pleno despenhadeiro?
Quantas mais serão jogadas pela estrada a fora?
Quantos lhes defloram a infancia?
Quem manda no castelo e nos palácios?

Os sinos não dobram pelas meninas.
Sininhos nas mãos dos serviçãis que nos roubam 
com  a luva branca , verde e amarela da impunidade.

Nesse país onde só existe saudade.....
das meninas que se foram!
do futuro em que sangramos!
do enterro de um passado que resiste!
de nossa sina tão triste....

Noticias que embalam nosso dia a dia 
essa jornada da infância , tantas jornadas bruscamente interrompidas.
Onde nada faz sentido, onde se perde a noção
do que é errado, do que é certo....
O que será de nossas vidas?


Mocha
domingo de junho em uma ponta do castelo.


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