quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Uma ponte que se partiu....

Para Torquato e Heli,





Quando quis fazer o seu rumo
sobre a ponte que nunca se partiu
Não deixando pedras no seu caminho
o menino pegou asas , e foi viajar
Quem estava dentro pode olhar de fora
sem pedir licença pra espiar.
Em breves lâminas,caneta em punho
botão ligado ,ele ficou sem ar

Esse menino quando embarcou
pediram a mãe que não mais chorasse
fosse coragem
Pediram ao Pai que não se machucasse
sem o seu sorriso e sem o saber eles vão chorar
pois o seu cristal fora interrompido
onde os castros todos vão lhe atraiçoar

Sem praça,nem sobrevoo sobre sua cabeça
sina matadouro , virou alvo impuro no rio das bestas
Um boi que se lambe, sempre corroendo as suas mazelas
Sua carne servida sem a cajuína sem qualquer valor
Não aguentou respirar o ar Mário, nem ser relicário
e depois de morto , ele virou história
Partiu o poeta, ficou o Velô(Rio)
Ficou sem o seu Rio da Parnaíba,sem o seu Rio de janeiro e de fevereiro
Mas nunca teve
Seu Salvador!

Moisés Chaves
praia do coqueiro/ rua assunção
05/12 e 08/12

8 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  2. Todos os aplausos a esse belíssimo escrito...Visceral! Para ler, reler e assimilar se possível...Bjos na sua alma sensível...

    ResponderExcluir
  3. Moisés meu querido, você como sempre, arrasando em seus poemas. Falar de Torquato, necessita de muita responsa. E você sabe, de uma forma sua, aclamar a esse saudoso todo nosso Torquato. BEijos teresinenses e agraciados.

    ResponderExcluir
  4. Virou poeta! Nosso mito nos persegue. O maior conflito talvez seja o fato de o interesse maior recair sempre no gesto existencial de Torquato e menos em seu percurso poético com a linguagem.
    Mas é um bom poema testemunhal, de aferição de valores pra geração seguinte, de balanço das heranças, da angústia da influência de que nos fala o Harold Bloom.

    ResponderExcluir