segunda-feira, 28 de setembro de 2009


poema do cair da tarde




o que se põe junto com o sol

na segunda em teresina

percorro e rio sozinho as ruas vazias

sem tumultos só deserto

vejo beco vejo bocas as vezes dentes outras não

pessoas tão iguais mas diferentes

passo praças passa gente

passageiro de uma não agonia

cada um na sua vencidos pela cidade nua

a rita disse a gal cantou

no relogio depois das cinco o ponteiro a marcar

meninos homens brincam de equilibrar

malabaristas da calçada do teatro fechado sem platéia

habito a praça tomando um limão gelado

aplacando meu calor, tão calmo fico

no fim da rua quase vejo o sol a se deitar no rio

das grades da ponte uma janela infinita

de onde vejo eu minha cidade

minha necessidade

dependencia da cidade que me fascina

as luzes novas a iluminam

novos rumos, novos lugares que se aninham

se encostam junto a ponte

sem poema sem teorema sem fonema

ingles que não se ensina

se assina

colocando marca nova no vazio que havia

velhos hábitos troca troca

nova cidade que quer ser grande

como a minha pequenina

pelo menos ali onde vejo

ainda vejo minha pequena teresina

onde meus olhos amanha irão se pôr

quando finalmente à tarde finda.


teresina, segunda 29 de junho de 2009

2 comentários:

  1. Tenho este poema nos meus alfarrábios... É mais um para a antologia de Mocha que prepararei no futuro. Adoro !!!

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  2. Desse eu já comentei no orkut. É um poema singelo, fresco, bucolico e melancolico que para mim também, já entrou para os anais de teresina, cajuína cristalina !!!!! Bjos.

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