domingo, 3 de março de 2013

uma capivara no meio do caminho....

para meu Piauí.....











                       Eu saio do meu lugar, mas eu não saio do meu chão, começo dizendo isto por que hoje em plena tarde de verão , um sol maravilhoso em pleno calor de Petrópolis depois de alguns dias de chuva e frio, fui presenteado , digo assim  mesmo:  presenteado por uma imagem comovente, não sei como chamar o coletivo de capivaras então só digo que havia um grupo de capivaras em plena avenida Barão do Rio Branco próximo ao centro da cidade imperial e eu imediatamente pedi a minha amiga Fátima Medeiros que encostasse o carro pois eu queria muito observá-las de mais perto e registrar aquele momento, para mim bastante significativo. De alguma forma aquelas capivaras queriam me dizer alguma coisa, com se dissesem pra eu não  esquecer de quem eu sou , esteja onde eu estiver, pois vou  carregar para sempre o meu lugar: o sitio Santa Rosa na Cacimba Velha, a casa de Maricota perto de Teresina, a capital do Piauí, explico bem para deixar bem claro a minha origem.
                  Por alguns instante fiz uma viajem ancestral, parecia que as pedras de Petrópolis eram as pedras de São  Raimundo Nonato e eu ali parado, observando e sendo observado  e em nenhum momento elas se assustaram comigo e nem tão pouco eu com elas  parecia que de alguma forma eu fazia parte do bando, ouve uma troca de olhares, olhares de encantamento como se aquele encontro estivesse marcado em algum calendário. Riso e um choro melancólico na alma, um choque , um raio em pleno céu, um céu azul...-Meu Deus que coisa mais linda!, ouvi um senhor exclamando , ele havia descido do carro também e estava tão maravilhado quanto Nós, pois acreditem eu e Fátima nos encontrávamos em um estado de verdadeira contemplação. As capivaras estranharam a chegada das outras pessoas e isso foi um sinal para que fossemos embora. Mas de alguma forma elas foram comigo e eu fiquei ali com elas como convém quando existe um elo divino entre os seres.
           Jamais vou esquecer aquela cena, jamais vou esquecer de Teresina, e não peço a ninguém que acredite nessa história, pois se não fosse o acaso ela com certeza jamais aconteceria. Penso as vezes por qual motivo as pessoas nascem em certos lugares, por que certos lugares expulsam as pessoas? Por que certos lugares recebem certas pessoas? Tem certas coisas que eu nunca vou entender, tem certas coisas que eu jamais vou negociar, tem certas coisas que eu jamais vou esquecer, tem outras que eu prefiro nem lembrar, mas com certeza as coisas boas jamais serão esquecidas e é por isso que de alguma forma eu jamais saí do meu lugar, uma ponte, uma ligação, um elo que sei nunca , nunca mesmo se quebrará!
         Como os olhos do passado da Capivara e um presente que me chegou na hora exata, assim hoje não escrevi nenhum poema, nem ao menos pude entalhar em uma rocha, preferi escrever uma dor crônica que de certa forma alivia meu pensamento, e alegra meu coração que não foi , não é  e nem jamais será de Pedra.

Moisés Chaves
Petrópolis , 03 de março de 2013

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