Fazer poemas está sendo como aprender a construir casas, que se vai moldando e fazendo com que os tijolos fiquem no lugar. as vezes simples , as vazes composto... escutei Fabiana num jantar no Fiorentina dizer a frase... " estou marcando os dias no calendário..." e passei dias pensando nisso e na subida pra itaipava na quinta feira santa começei a construção, mais um pouco no domingo atravessando de barca para niterói , e terminei durante o voo para teresina na segunda feira e esse novo poema ficou assim:
Subindo a serra da pedra que chora
olhei o céu a testemunhar minha ascensão
pra uma semana que parece santa
nesta hora incerta sem a data certa no calendário
passei por Pedro sem tanta devoção
Fui a te buscar em meu sacrificio
minha penitência de marcar os dias na sombra das horas
um por um, na velha parede, na amarelada folha
contando e marcando o tempo pra se resolver e logo te encontrar
Não tenho mais papel, nem dez mandamentos
pois só percorro e corro para aprender o leve caminhar
Se não posso abrir o meu mar vermelho, neste desespero
olho para o mar e esse céu azul me faz levitar
Procuro as palavras e esse meu silencio que é o meu presente
onde tua ausencia logo se faz notar
esse amor que me devora e vai devorando , vai devorando bem devagar
Não vejo a fauna, penso em rua Augusta
Penso em tua pele e nem percebo a flora
Quem sabe um dia eu ainda te encontro
num breve momento de uma longa espera
Quanto mais eu subo, e nesse sobe e desce
eu sei e sinto que muito te amo
e quem ama não está acima de qualquer suspeita
muito pelo contrario se faz delatar
Perdendo a prudencia, perdendo o controle
não consigo sequer à noite me deitar
Embora ache que não perco o rumo, fico quase em transe
Só não perco a fé que esse dia chega e sei que não demora
é só mais um dia a ser marcado no meu calendário
vou no passo a passo e marco no compasso de todas horas
pego no meu lenço, pra secar as lagrimas, santa paciência.
Moises Chaves
Rio tereina manha de terça 26 de abril
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