para Eugenio Rêgo, da Série :A mulher, a bicicleta e o Fogareiro......
Um Homem vendia bolos
na esquina da Praça todas as manhas
Ele entregava o bolo
e me dava o seu sorriso aberto como
a luz do sol....
Enquanto voltava pra Casa
pensava no cheiro do café esperando no fogão
Atravessava a praça como se floresta fosse
uma saraivada de emoções no silencio que gritava
enquanto a cidade ainda acordava depois do domingo
uma segunda de segundos lentos
Um despertar de cheiros de creme dental e sabonete
a água fria que molhava minha pele e aquecia minha carne
Um banho sem toalhas pra enxugar
por não ser preciso......
Subo as escadas do velho casarão
ele é meu,mas não me pertence
Ele me contém e eu estou nele contido
como convém quando muito se ama...
Este é o meu instante de celebrar o começo do dia
de partilhar o pão, esse momento café com leite
compartilhar o ritual do passar das horas
que as vezes não se percebe
tão natural ele acontece
Esse cotidiano
esse calor na emoção que refresca
esse sorriso facil ao ler o jornal
que embrulhará o peixe na manhã seguinte
Papel do papel , não da palavra
a palavra... essa fica, uma noticia que dura pra sempre....
Passa o jornal...
Mas e o Homem? A praça? e o bolo?
Esses , esses não passam
Esses se misturam e fazem mais doce o poema.....
Moisés Chaves
Manha do dia da bandeira em plena praça Saraiva em Teresina
19 de novembro de 2012
Isso dá uma saudade de tudo, Moisés...
ResponderExcluirE torna cada instante essencial.
Emociona a mim, que aprendi a escrever em papel de pão que às vezes nos faltava. Só nunca nos faltou a palavra.
Por isso estamos aqui.
Beijo, poeta.
Maria Martins
Imopossível não se senbilizar com tudo isso, com isso tudo...por tudo isso, isso por tudo que somos amigo. bjs.
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