segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

  Pra não esquecer de mim



A casa está vazia

A geladeira esta vazia

O bolso está vazio 

Caminho á procura  de mim


As ruas estão vazias

As pessoas estão com medo

Uma bala perdida na próxima esquina

 A nova loira  da tv está no carro da policia

a justiça solta, ela ri debochada.

Nos corredores do palácio as jogatinas continuam

Quem dá mais ? Só governa se deixar roubar

Os bares da minha lembranças estão vazios

Nós e Elis ainda canta pra todos .

Cadê a esperança que não dança?

A corda virou forca

O café não está sopa

Olho as telas das tvs, dos telefones, ninguém mais liga

O que procuram? Tudo tão a vista

Nada mais a descobrir 

Um Rio que chora

Uma Teresina de Jesus, que de uma queda foi ao chão 

O bloco dos solitários no carnaval e eu a espera 
de mim.

E vc ainda está ai?


Mocha

Pré carnaval de 2025

domingo, 3 de novembro de 2024

O homem , um Livro e o Mar 



Folhas de papel em plenas mãos

passos silenciosos na areia da praia

olhos que não se encontram

orações que não se esperam

chegou tão repente e quase se foi num piscar de olhos

por um segundo não te perdi

olhei em teus olhos depois de passear pelo teu corpo

tinha um livro em suas mãos

me contou a sua história 

me vendeu uma ilusão num mural de realidade

eu, o homem, o livro e o mar.

depois da despedida , o reencontro

uma magia que que não se explica, só se sente

cada olhar, cada abraço, cada sorriso, cada momento.

depois a estrada novamente, as pontes que se fazem no silencio

um rio que passa em minha vida

pássaro breve que veio e foi como uma brisa de verão.


Mocha

Novembro de 2024

quarta-feira, 3 de abril de 2024

Cena  de Cinema




Sonhei contigo numa cena de  cinema

parecia o nome da rosa, de uma cor tão púrpura.

Voce era meu porto, meu Cairo, meu Egito

Um Amor sem escalas

Senti tua língua na pele que habito

Um replicante em 9 semanas e meia de amor

corpos Ardentes num copo de cólera, um inferno na torre

Fizemos a viagem ao centro da terra, com conexão em Chinatown

fui tua dama em Xangai, perdemos o trem na central do Brasil

Nos despedimos em Casablanca, peguei a estrada para a perdição.

Viramos irmão sol e irmã lua,uma mudança de hábito no cinema paradiso

a velha história de nunca te vi, sempre te amei.

Ficamos perdidos no espaço, tomamos café em Bagdá

Tomamos um whisky depois da meia noite em Paris

Cantamos na chuva ao som de New York, New York

Voce tão Brando, eu Frank Sinatra

Quando se foi, fiquei a espera de um milagre nas pontes de Madison

Minha vida virou um cabaret, quebrei bares como um vândalo em Chicago

Nosso amor de ontem vive um dia depois de amanhã.

Sou bela da tarde , um cinema em Lotação.


Moisés Chaves

02 de abril, 2024 Teresina.



quarta-feira, 6 de setembro de 2023

 

O REENCONTRO FORA DOS PALCOS



Hoje sai de casa as 06 da manhã, rotina de todas terças , quartas , quintas e sábados, moro na cacimba velha e o deslocamento atá a capital é extremamente difícil devido as condições da estrada e da precariedade no serviço de transporte coletivo, que dura há anos, e ninguém resolve, resolvi parar no mercado do mafuá para tomar meu café com beiju depois de tres semanas sem carimbar meu cartão fidelidade, tive uma noite tranquila de descanso depois da nossa maratona de teatro com as turmas de teatro experimental do IFPI e do teatro infantil da Fundação Municipal de Cultura Mons. Chaves, que funciona no Núcleo de Formação Antonino Freire, antigo Instituto de Educação, e ontem também foi dia do meu natalício e também, há cinco anos o dia da passagem para o palo espiritual de dona Maricota, minha mãe, período em que também não mais faço festa de aniversário.

Durante o percurso até o mercado entre a Miguel Rosa , vejo de longe um antigo colega de grupo de teatro, numa esquina que está ficando conhecida como a cracolândia do mafuá, onde há algum tempo passado também encontrara uma antigo colega, egresso do mesmo grupo , famoso em Teresina, por conta do destino , não chegamos a nos falar….até que quando me sento no quisque 23 da praça de alimentação do mercado, uma mão me toca as costas, e para minha surpresa, era meu antigo colega, muito magro, quase decrépito, consumido que está pelo uso recorrente de alcool e outras drogas, pediu-me que lhe pagasse um café da manhã, quase resisti em cometer essa boa ação, mas algo me impeliu que o convidasse a sentar e me acompanhasse, começamos a conversar e me fez relatos dolorosos sobre sua situação, contara-me que fora ao aniversário do nosso Theatro 4 de Setembro, e o misto de reações ao encontrar velhos amigos, disse-me que por um momento, sentiu-se como um fantasma; lembrei-me deua saudos mãe que também já desencarnou há tres anos,e ele me contou da cena que lembrava da noite em que ela falecera, da ambulância chegando, e da saída para o hospital quando ele subira impensadamente no parachoques do veículo e deu de cara com os grandes olhos azuis de dona Dalva, sua mãe, que eu chamava carinhosamente de estrela Dalva, pois ela fora nossa aluna na UNATI Uespi, e que nunca esquecera aquele olhar e que isso era um pensamento recorrente e que ele nunca compartilhara até hoje,quando nosso reencontro no mafuá aconteceu, sabe-se lá porque? Disse-me que não acreditava em Deus, eu tenho uma espiritualidade em constante evolução, resignei-me para entender os desígnios de nosso encontro na amnhã de uma quarta feira. Evidente que choramos juntos, enquanto as pessoas ao lado olhavam sem entender aquela situação de afeto, carinho e uma conversa entre velhos amigos. Teve um momento em que a conversa ficou um pouco mais dura e dolorosa, pois pena é um sentimento que não me cabe sentir, disse-lhe coisas extremamente perturbadoras, pedi que se cuidasse pois ninguém o faria por ele, disse-lhe estava indo a São Luís do maranhão visitar minha única tia viva, pois preciso de forças pra continuar resistindo e sobrevivendo como artista e arte educador em Teresina, tomar um banho no mar e recebr as bençãos e proteção da espiritualidade e da ancestralidade, disse-lhe então que todas as vezes que estivesse a ponto de fraquejar diante das drogas, lembrar-se dos olhos de sua mãe e de como e quanto ela fizera para ajudá-lo, que encontrasse forças para resistir e voltar a ser como já fora, não que se tornasse muito melhor do que jamais fora. Rimos um pouco no meio das lágrimas e falamos de como Teresina é uma cidade que maltrata os próprios filhos, das dificuldades que todos nós passamos e de como o artista que depende unicamente deu trabalho para sobreviver, passa. Nos despidimos e ele me pede 10 reais para pegar uma moto pra voltar pra casa do pai, quase nego a ajuda financeira, mas novamente fui impelido a dar um voto de confiança para ele. Sai do mercado e olhei para ele se afastando de mim, antes nos abraçamos, e ele disse-me que não havia tomado banho que estava suado, como sou extremamente chato com higiene, relutei, mas deixei-me abraçar, fiquei ali por uns segundos nos braços de meu velho amigo, enquanto algumas lágrimas ainda escorriam de seus olhos nos meus ombros, disse-me então que estava se sentido melhor, pelo café, pela conversa e pelo abraço….

Dei as costas, e ao chegar na porta do mercado, comprei um feijão verde, pensei em minha tia Mundoca, no almoço que farei para ela e minhas primas quando chegar em São Luis amanhã. Pensei em minha mãe, na saudade, no dia de ontem quando Deus me ensinou sobre nascer e morrer, pensei em Dona Dalva, mãe de meu amigo que acabara de ver na praça de Alimentação….essas coisas que a vida nos ensina todo dia, que Deus nos mostra, que as esquinas nos esfregam na cara.

Viver é uma oferta, saber viver é uma escolha…. Eu escolho viver, seja dolorido, seja prazeroso, seja triste, ou seja alegre, o importante é que seja poesia!



Moisés Chaves

Teresina, 06 de Setembro de 2023

quarta-feira, 26 de julho de 2023

 O Céu de Suely.




O vento levou a menina
Um sopro leve na cidade endurecida
Outrora foi o sétimo dia
Hoje o próximo céu de uma grandeza imensa.
A mulher que ensinava , que apontava a direção.
Serena presença que incomodava o coro dos potentes, dos prepotentes.
No cortejo dos que choram tua ausência
Dedico-te lágrima sincera.
Um vaso te levou da terra
Tua história não se encerra!
Aplausos pra tua existência
A mulher imensa que era, não se fora!
Folhas ao vento soltas de um girassol.


Mocha.
Teresina, 

Para a professora @mariasuelirdesousa .

sábado, 15 de julho de 2023

 Bee Polar 2


Ás vezes silêncio do campo Ás vezes barulho do mar Ás vezes um calor tremendo Ás vezes tremendo de frio Ás vezes dormir de conchinha Ás vezes botar pra fuder As vezes a vida é uma escolha no momento a escolha é viver. Mocha
Teresina, 14 de julho de 2023

quarta-feira, 21 de junho de 2023

Bee polar


 As vezes terno e gravata

As vezes de pé no chão 

As vezes no salto alto

As vezes sem nem o calção. 

As vezes todo vestido

As vezes nu no verão. 

As vezes com muito trabalho

As vezes sem nem um tostão 

As vezes artista sem circo

As vezes um samba canção 

As vezes na corda bomba

As vezes pegando avião 

As vezes um dia tranquilo

As vezes é um furacão 

As vezes um choro tão triste

As vezes um riso ilusão 

As vezes um pouco Narciso

As vezes com Eva,  é Adão 

As vezes é um paraíso 

As vezes total perdição 

As vezes um amor que é tão puro

As vezes é muito tesão 

As vezes um caso tão sério 

As vezes uma louca paixão 

As vezes se busca a razão 

As vezes é tão raro, mas nunca se perde a emoção. 


Mocha.